Final de semana: PASSEAR!!!

Além do divertimento, os passeios com os cães são necessários para que eles se exercitem e se socializem

Hoje o dia começou com um banho caprichado. Zeus e Fiona, apesar de serem da mesma raça, praticamente mesma idade, tem comportamentos diferentes diante do líquido precioso. Imagino que o Zeus deve trazer em sua carga genética algo que o difere de um labrador normalmente enlouquecido e esfuziante diante de cada gota que cai da torneira, da mangueira, do chuveiro. É como o seu rabo, que possui uma curva charmosa que não percebo em outros dessa mesma raça. Mas isso não importa. O amo incondicionalmente. E nunca me importei com raça. Bem, mas o caso aqui começa é com o banho e não tem nada a ver com o rabo.

Comecei contando isso para dizer que o momento do banho para a Fiona representa algo sublime. Sua alegria, que infelizmente para mim foi impossível registrar, me fez rir o tempo inteiro. Fiquei mais feliz ainda por vê-la tão radiante apenas com uma mangueira jorrando água. O Zeus se comportou como sempre. Um lorde. Quieto. Aguardando o fim do banho e a chegada da toalha em seu focinho, para se jogar no chão e aquele pedaço de pano secar sua barriga. Age como a maioria dos cães, que praticamente se contorcem várias e várias vezes para que o excesso de água saia do seu pelo. Esse movimento que começa na cabeça e se estende por todo o corpo, fazendo com que qualquer um que esteja por perto tome também um belo banho, não é o predileto da Fiona. Ela parece gostar mesmo é de ficar com os pelos molhados. Um dia quente, propício para os banhos. Um momento que é necessário, mas pode ser divertido para eles. Para mim, um domingo que começou muito mais alegre e me rendeu boas risadas.

Depois de secá-los, um bom passeio. Mas em lugares onde as coleiras são desnecessárias. O Zeus, desde que é filhote, no mínimo uma vez por semana é levado para passeios assim. Sai do carro e parece um cavalo de corrida, com galopes vigorosos. A Fiona, nesse caso mais tímida, se atenta a cada cheiro, cada moita, cada canto. Tudo parece uma grande novidade. Não porque em sua rotina não ocorram passeios. Mas estou certa de que os lugares onde a levamos ontem e hoje eram desconhecidos para ela.

Ontem o local era muito maior do que o de hoje. Alguns bons metros quadrados de área, com muitas árvores, terra, animais... Sinônimo de liberdade, aventura e novidade. Sinceramente não sei se a Fiona já tinha visto de tão perto cavalos e bois. E mais uma vez, lamento não termos registrado isso, já que nossa preocupação, minha e do meu marido, era tirá-la de perto deles, já que não conseguia prever a reação de nenhuma das partes. Mas só consigo imaginar que na cabeça dela aqueles animais eram os maiores cachorros que já tinha visto até então. Focou naqueles monstros, latiu, correu para trás e na direção deles. Tão enfeitiçada estava que não conseguiu enxergar a cerca de arame (ainda bem que não era farpado), que cercava a área onde ficavam os "cachorros gigantes". POW. Ela sentou o peito em um filete desse arame e foi levemente arremessada para trás. Rimos muito. E ela sequer se importou. E claro que não se machucou. Desistiu dos gigantes e voltou a demarcar o grande território. Corria atrás do Zeus. De lá pra cá. Confusa, às vezes parava para decidir para qual lado iria, já que tinha muita coisa para ser explorada e demarcada. 

Hoje o espaço era bem menor, mas também livre o suficiente para fuçarem em qualquer lugar até onde as cercas permitiam. Ao abrir a torneira para que matassem a sede, a Fiona, que já não nos surpreende com atitudes assim, ao invés de beber a água, se jogou sob ela. Outro banho.

Ainda bem que o sol brilha forte por aqui hoje. E depois de tanto correr, secar não demorou um instante de brincadeira. Zeus, o "cãovalheiro" de plantão, tentava conduzi-la aos lugares mais interessantes, às moitas mais legais, pois ele ali já é o rei do pedaço. Conhece cada parte daquele terreno, já que passeia por lá desde os seus três meses de idade. Algumas vezes, suas tentativas de orientá-la dava certo e ela o seguia. Em outras ele desistia e ia se refrescar sob uma sombra, para ter mais fôlego para novas corridas. A vida de um cão é tão simples. Não precisam de quase nada para serem plenamente felizes. Deveríamos aprender mais sobre essa simplicidade e capacidade de ser feliz.

Depois de toda essa correria matinal, as tardes deste fim de semana podem ser traduzidas em "silêncio". Agora mesmo, o sono dominical é profundo. A euforia e as brincadeiras se transformaram em cansaço. 

Sei que muitas pessoas jamais conseguirão entender como pode ser divertido sair com seus cães e promover divertimento a eles. Como pode ser interessante, engraçado e gratificante ver a alegria que ficam por tão pouco. Acho que estou conseguindo mostrar isso ao meu marido que, até estar comigo, não imaginava em programar atividades que incluíssem os cães. E eu, ao contrário, fico só elaborando essas possibilidades. Quando conseguimos entrar nessa energia incrível que é curtir alguns momentos junto com nossos animais, nos sentimos tão mais revigorados e felizes... Pelo menos é assim comigo. Bom resto de domingo a todos. E se não deram um passeio com seus amigos hoje, animem-se. Vale à pena para eles e para nós também.

Adendo

A história foi contada, mas é bom não nos esquecermos que passear com os nossos cães não é apenas um momento de lazer. Um animal que nunca sai, tende a ser mais estressado ou mais deprimido. Não aprende a se socializar e não faz exercícios. Sabemos o quanto é importante o animal estabelecer relações com o meio exterior ao seu. Conhecer novos ambientes, novos cheiros, pessoas e animais diferentes. O cão que não passeia pode dar um trabalho enorme até quando for necessária sua ida ao veterinário, por exemplo. Ninguém gosta de ficar preso o tempo inteiro, mesmo que nosso quintal seja enorme, não é mesmo? Eles também não gostam.

Até mais ver.