quarta-feira, 26 de março de 2014

Alimentação saudável para os pets?



"Cada refeição servida passa a ser um ato de amor." 

 


Muitos devem se lembrar que, há alguns anos, rações para cães e gatos não eram tão comuns como hoje em dia. Ossos, restos de comida, pães e todo tipo de alimento eram comumente servidos aos pets. Certamente a variação de sabores agradava muito mais ao paladar dos bichos. No entanto, a gorduprovavelmente causavam danos à saúde e, por isso mesmo, até encurtavam suas vidas. Nada muito diferente do que ocorre conosco. Afinal, somos conscientes dos males causados pela opção ‘fast food’.


As rações trazem os nutrientes diários necessários à dieta dos animais e o mercado oferece variedades para atender todas as faixas etárias, àqueles animais que apresentam algum problema específico de saúde e preços diferenciados. A comida processada também facilitou a vida de todos, já que o tempo para o preparo de alimentos tornou-se cada vez menor. Muitos solteiros e novos casais inclusive fazem suas refeições em restaurantes. Fogão em muitas casas tornou-se quase um objeto de decoração.


As rações oferecem muitos pontos positivos. Contudo, também é sabido que todo alimento industrializado tem seus problemas. Os processados podem ser causadores de alergias alimentares, desencadear problemas renais e, há profissionais que também alertam para os malefícios que o alimento processado pode causar em animais que estão sob tratamento de doenças como o câncer, por exemplo.


O que fazer então? Afinal, todos que amam os animais sempre que possível buscam pelas melhores alternativas.


A escolha por alimentação natural, do meu ponto de vista (isso é uma opinião pessoal), será sempre a melhor opção tanto para nós humanos, como para nossos pets. Mas o preparo dela precisa respeitar algumas regras importantes. Alguns alimentos que adoramos e são saudáveis para nós, podem ser tóxicos aos animais. A dieta precisa ser balanceada para não causar sobrepeso e danos à saúde. E é por isso que a orientação de um especialista precisa ser buscada sempre. O Zeus se alimenta de ração. Nós introduzimos um ou outro alimento que temos certeza de que não será prejudicial. Nada de temperos ou gorduras. E com o tempo queremos acrescentar mais e mais ingredientes saudáveis em sua dieta.


Pesquisando o que o mercado também está oferecendo já encontramos petiscos naturais, profissionais que estão investindo na orientação daqueles que estão buscando a alimentação totalmente natural, com cardápios específicos para cada animal; e nessa pesquisa encontramos a Pet Delícia. Ainda não podemos comprar o produto na nossa pequena cidade para oferecer ao Zeus, mas assim que pudermos vamos experimentar.


Nos Estados Unidos, oferecer comida natural aos animais está se tornando uma prática cada vez mais comum. 
Roberta Camara e seu marido Jörgen Dehlbom ao que parece são pioneiros na produção de alimentos frescos no Brasil e chegaram como alternativa para todos que querem se distanciar da ração tradicional e oferecer mais sabor e qualidade aos seus pets. Principalmente para aqueles que não tem tempo de preparar os alimentos em casa.


Jorgen, engenheiro, 44 anos, é o responsável pelo cardápio. Roberta, historiadora com mestrado em museologia “decidiu dedicar-se a uma de suas maiores paixões: cachorros”. Eles moram no Rio de Janeiro e estão expandindo a venda dos seus produtos Pet Delícia para outros estados brasileiros. A Roberta conversou com o Cãopetente e conta um pouco dessa história.




Cãopetente – Como surgiu a ideia de preparar alimentos mais saudáveis para cães?


Roberta Camara - Temos um cachorro, o Eko, que não aceitava ração seca de forma alguma. Passava dias sem comer. Começamos a fazer a ração dele em casa, mas como não tínhamos orientação, era completamente desbalanceada. Começamos a ler sobre alimentação natural e vimos o quanto é fundamental a orientação de um profissional. Em conversas com donos de cães, vimos também que muita gente adoraria oferecer alimentos mais saudáveis, mas não tinha tempo para o preparo. 


Cãopetente - Quanto tempo demoraram entre a ideia e sua formalização, isso é, os produtos Pet Delícia chegando ao mercado consumidor?


Roberta Camara -  Demoramos um ano entre a ideia e abertura da nossa loja. 


Cãopetente - Há quanto tempo os produtos estão no mercado e como pretendem ampliar as vendas para outras cidades do País?


Roberta Camara - Estamos no mercado desde dezembro de 2010. Agora, com alimentos em latas, pretendemos chegar até a metade de 2014 em todas as capitais. 




Cãopetente - Vi no site do Pet Delícia que os produtos não possuem conservantes. Em quanto tempo precisam ser consumidos?


Roberta Camara - Podem ser consumidos em até seis meses os congelados e um ano os enlatados. 


Cãopetente - Qual o peso líquido das latas e o valor de revenda?


Roberta Camara – São 320 gramas, a partir de R$ 6,50 ( Rio de Janeiro e São Paulo).


Cãopetente - Do ponto de vista nutricional, que benefícios observou nos seus cães a partir do momento que começou a introduzir alimentação natural na dieta deles?


Roberta Camara - Os benefícios são inúmeros. Observamos desde urina mais clara, fezes com odor reduzido, felicidade na hora da refeição, e muito mais intimidade entre o bichinho e seu dono. Cada refeição servida passa a ser um ato de amor. 


No site do Pet Delícia há detalhes sobre todo o processo de fabricação, sabores e mais sobre essa iniciativa: www.petdelicia.com.br. Eles também estão no Facebook.



E você? Já introduziu a alimentação natural para seu pet?


Att.: As imagens foram retiradas das páginas do Pet Delícia - site e Facebook.

Até mais ver!

sexta-feira, 21 de março de 2014

Pet a Pet com a 

Cléo: a consultora aventureira




Cleópatra Breezy é uma linda Golden Retriever que adora aventuras radicais




Há algum tempo publicamos a entrevista com Larissa Rios, empresária que idealizou a Turismo 4 Patas. Empresa que promove turismo de aventura para animais e seus donos, e ainda classifica e indica hotéis Pet Friendly pelo Brasil. 

Leia a entrevista com Larissa Rios: http://www.caopetente.blogspot.com.br/2014/01/aventure-secom-seu-pet-experiencia-pode.html


A Turismo 4 Patas conta com uma consultora muito especial e experiente. O nome dela é Cleópatra Breezy, mais conhecida como Cléo. 

Querem conhecer melhor a Cléo? Quem fez a entrevista com ela foi o Zeus no Pet a Pet. E não vamos nos alongar muito na introdução, porque esse Pet a Pet está “animal”!!!

Zeus – Olá Cléo! Qual é o seu nome completo? E sem querer ser indelicado, poderia nos dizer sua idade?

Cléo - Me chamo Cleópatra Breezy, mas todo mundo me chama de Cléo. Minha mamys me chama de um monte de coisas: Quekas, Quekinhas, Lôra, Bebê, Quequé... e eu respondo por todas. Mas quando ela quer dar bronca, aí, é Cleópatra mesmo.....e eu respondo imediatamente eheheheh. Sou uma linda representante da raça Golden Retriever e tenho sete aninhos.


Zeus – Quando você foi morar com sua mamys Larissa?

Cléo - Não sou de nenhum canil. Meus pais pertenciam a um casal e, no primeiro cio da minha mãe, eles os separaram. Mas minha mãe era danadinha e acabou dando um jeitinho de fugir e se juntar ao meu pai...ai, o resto, você pode imaginar. Eu vim ao mundo numa ninhada de 12 douradinhos. O dono dos meus pais nos anunciou para venda e aí minha mamys Larissa viu o anúncio e se interessou. Ela foi lá conhecer a ninhada e assim que coloquei os olhinhos nela, tratei logo de tomar a dianteira e marcar meu território...eu a escolhi.


Zeus – Desde quando viaja com sua mamys para essas aventuras incríveis?

Cléo - Eu viajo com minha dona desde pequenina. Nossa primeira viagem foi para a praia - eu tinha seis meses de idade e não gostei muito da experiência com o mar porque levei um belo caldo. Hehehe. Mas hoje já sei nadar.

Depois tivemos que nos mudar para uma cidade chamada Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e fomos de carro. Foi minha primeira grande viagem. Moramos lá durante seis meses e conhecemos alguns lugares no Sul. Voltamos para São Paulo e não paramos mais.


Zeus – Sua mamys me contou que fez um curso de adestramento inteligente. Quando você era filhote a Larissa já aplicava as técnicas de adestramento com você? Você aprende rápido? Conte a verdade, hem!

Cléo – Quando mamys pensou em montar um negócio pet, ela quis se preparar adequadamente e fez esse curso para entender melhor o comportamento animal. Eu ainda não existia na vida dela, pois fez o curso um pouquinho antes da minha chegada. Mas com certeza, não somente o curso, como também os livros que ela sempre leu sobre o assunto a ajudaram na minha educação e no trabalho na Turismo 4 Patas. Modéstia à parte, eu sou uma cadelinha muito inteligente, esperta e nunca tive grandes problemas comportamentais. Aprendo rápido, entendo as mensagens e comandos. Mamys costuma dizer que o único problema é que eu tenho um "geniozinho de cão" e, às vezes, demoro um pouquinho para me render e cumprir as ordens. Mas sempre obedeço. Não sei a quem puxei...ehehehe.


Zeus – Cléo, além dos comandos básicos, sua mamys te ensinou outros ‘truques’?

Cléo – Mamys focou nos comandos básicos de obediência. Ela queria que eu fosse sua  companheira de viagens, passeios, etc. Então precisava ser socialmente educada. Eu sei sentar, deitar, respeito também o Vem e o Fica, Estes comandos são básicos para a realização do nosso trabalho e também do meu dia a dia com a mamys. Vou a bancos, correios e supermercados, por exemplo, e fico deitadinha, quietinha esperando ela voltar. Não saio do lugar, mesmo que as pessoas passem e tentem me desconcentrar. E tentam muitas vezes. Ela foi me treinando aos poucos, deixando espaços de tempos que iam aumentando gradativamente.... Ela pensa que eu não vejo, mas ainda hoje, às vezes fica escondida me observando.  Agora todo mundo já me conhece e sabem que eu não saio de onde ela me deixa. Só saio do lugar quando ela aparece e me dá o comando Vem.

Mamys não me ensinou muitos truques porque nunca achou necessário nem teve paciência...He he. Mas eu também sei dar a pata e cumprimentar. Mas depois da displasia não me pede mais isso para não forçar minhas patinhas. Às vezes também mamys pede para eu levar a minha guia no passeio e eu  adoro! Me sinto no controle. eheheh. Ah, e não podemos esquecer o Busca que é um dos que ela mais usa para eu buscar minha bolinha, Mas esse ela nem precisa mandar. Ahahah.

Bom, e por último, também tive que aprender o Não Pode. Esse é para eu saber o que posso ou não posso fazer.


Zeus – Você é bem sabida, não é mesmo Cléo? Au au. E bem linda também. (Au, fiquei vermelho). Voltando à entrevista. Também ouvi dizer que você ocupa um posto importante na empresa Turismo 4 Patas. É uma Consultora de Viagens. Chique isso, não é? Qual o seu papel nas consultorias?

Cléo - Eu fui e sou a inspiração da minha mamys. Foi, em parte, por minha causa e por vontade de ter a minha companhia durante as viagens, que ela criou a Turismo 4 Patas. O meu Blog complementa o conteúdo do site com dicas sobre roteiros e aventuras, mas também fala sobre saúde, comportamento, etc. E eu compartilho as minhas opiniões e sugestões. Também sou eu quem testa todos os roteiros de aventuras que a Turismo 4 Patas realiza. E transmito para minha mamys o que eu mais gostei, o que não gostei, o que pode ser perigoso e o que pode  ser mais divertido para nossos clientes.

Zeus – Quais são suas atividades preferidas no turismo de aventura, Cléo?

Cléo - Todas as atividades desde que tenha água e uma bolinha!!! Eu AMO nadar. Amo me jogar num lago ou num rio para ir buscar minha bolinha. E adoro correr solta.

Zeus – Existe algum lugar onde goste mais?

Cléo - Adoro passear. Só não curto muito os lugares fechados tipo shopping... Pois gosto de correr solta.

Zeus – Cléo, qual a sua rotina quando não está viajando? Vi no seu blog que faz acupuntura, tem uma alimentação especial... Tem um motivo especial para isso? É a displasia que citou acima?

Cléo - As pessoas não acreditam, porque me vêm cheia de energia nas aventuras, mas, no dia a dia, em casa, sou uma cachorrinha bem tranquila. Durmo bastante. Só exijo o meu passeio matinal. Mamys me leva para passear todas as manhãs. Às vezes no parque, às vezes na pracinha, às vezes eu a acompanho em algumas tarefas como bancos, correios ou mercados e espero quietinha na porta, como já te contei.

Há pouco tempo descobrimos que eu tenho Displasia Coxofemural e alguns probleminhas na minha coluna. Até nos adaptarmos e descobrirmos a melhor rotina e tratamento sofri um pouquinho. Sentia muitas dores. Mas agora já está tudo bem. Faço acupuntura, tomo alguns medicamentos (complementos com glicosamina e arnica), massagem que mamys aprendeu e compressa de sal grosso. A alimentação é à base de ração rica em glicosamina e alguns alimentos ricos em cartilagem. Esforços físicos são bem controlados.


Zeus – Qual o conselho canino que você dá para prevenir problemas como a displasia coxofemoral, doença que em minha raça, por exemplo, há a predisposição?.

Cléo - Olha, a displasia é uma doença que pode ser genética / hereditária ou adquirida. O meu caso foi o segundo. Sou uma cachorrinha bem explosiva e desastrada. eheheh. Quando busco a minha bolinha, por exemplo, não olho para onde corro ou como vou me jogar... Eu me jogo. Não sei reconhecer meus limites, quero aproveitar intensamente o máximo de tudo. Então, acho que uma das coisas que podem ajudar é o dono ficar bem atento e, se preciso, limitar o seu animal. Pisos escorregadios, subir em locais muito altos também devem ser evitados, pois força demais as articulações. A alimentação rica em glicosamina pode ser adotada também preventivamente.


Zeus – Quais são as limitações de atividades tanto no dia a dia, como em viagens que hoje em dia você precisa respeitar?

Cléo - Eu só preciso entender e respeitar os meus limites. Saber que hoje não posso mais correr como antes, não posso mais pular tanto como antes. E para isso, minha mamys está sempre a postos. A única coisa que eu parei de praticar com a minha mamys foi a corrida. Hoje só caminhamos. De resto, sou uma cachorrinha feliz e vivo normalmente.


Zeus – Por último Cléo, quais são os itens que sempre estão na sua mala de viagem?

Cléo - Ahhhh, caminha, toalhas, shampoo, meu remedinho para as dores da displasia, minha ração e, claro, minha bolinha!!


A Cléo não é demais, galera Cãopetente? Só que tem um detalhe importante a acrescentar e esta semana procurei por ela novamente para saber como está sendo tal novidade em sua vida. Quando eu a entrevistei ela ainda não tinha Alegria. Calma. Não estou falando daquele sentimento de felicidade bem peculiar na nossa espécie. Ela é bastante feliz. Estou falando dessa cadelinha aí em baixo. A irmãzinha da Cléo. Se você acessarem o blog dela verão que a Alegria é bastante espevitada e dá um trabalhão para a irmã mais velha. Mas não resisti e tive que perguntar. Auuuuuuu

Zeus – Cléo, o que você está achando de ter uma irmãzinha tão arteira para brincar e também para participar, junto com você, das atividades da Turismo 4 Patas?


Cléo – A Alegria é uma pestinha e não me dá sossego. Mas, na real? Ela veio mesmo para alegrar ainda mais a nossa casa e me mostrar que, apesar da idade, eu ainda posso ser uma moleca. Quanto às atividades da Turismo 4 Patas, estou mesmo precisando de uma diminuída no ritmo, por causa da displasia e das limitações da idade. Mas não que eu vá parar. Agora vou trabalhar de forma mais relaxada... As obrigações ficarão cada vez mais para a Alegria. A parte da curtição eu cuido. He he

Olhando as fotos abaixo a pergunta é a seguinte: quem não se apaixona por essa dupla? 




Matilha Cãopetente, essa entrevista tem duas mensagens muito importantes: primeiramente sabemos o quanto é essencial não isolarmos nossos pets socialmente. Eles precisam fazer parte da nossa vida fora de casa também. Existem algumas possibilidades e claro que o passeio diário é o primeira delas. Mas o prazer e a alegria em participar de atividades diferenciadas com nossos amores de quatro patas é indescritível. Tem que experimentar para saber. Sempre que possível o Zeus está nos nossos roteiros. E nas férias de janeiro o levamos para conhecer a praia. Foi divertido e fantástico. Super diversão. Lógico que sempre tomando precauções básicas e importantes, inclusive buscando por locais que aceitam animais para que não ocorram situações ruins e o passeio não fique assim tão legal. Regras devem sempre ser cumpridas por nós humanos e pelos amigos estimados.

A outra coisa é o adestramento. Minimamente os comando básicos como a Larissa Rios fez com a Cléo e já está fazendo com a Alegria. Como no ditado "casa de ferreiro, espeto de pau", por alguns empecilhos ainda não fiz tudo o que gostaria com o Zeus. Ele já sabe alguns comandos, mas preciso melhorar seu comportamento em algumas outras situações. No entanto, estou sempre tomando precauções necessárias em passeios e claro, nunca deixando que ele ultrapasse os limites. Afinal, limite para os cães é sinônimo de convivência e mais alegria para eles. Só com limites podemos inserir nosso pet socialmente e torná-lo mais feliz e participativo.


Acessem:

Blog da Cléo: http://turismo4patasblogdacleo.blogspot.com.br/

Site Turismo 4 Patas: http://www.turismo4patas.com.br/htms/default.asp

Facebook: https://www.facebook.com/Turismo4Patas



Até mais ver!



sábado, 8 de março de 2014

Mulher e protetora!



O Cãopetente gosta de contar histórias de pessoas que dedicam boa parte do seu tempo no resgate e cuidados de animais abandonados. São inúmeras. Encontramos esses personagens, em geral pelo Facebook. O que conseguimos passar, certamente não aponta para um décimo dos problemas que enfrentam todos os dias para manutenção e para a busca de lares dignos para os animais. Mas o que move tamanha disponibilidade é sempre o mesmo sentimento: o amor.

Hoje vamos aproveitar o Dia Internacional da Mulher e tentar homenagear todas elas a partir da história da protetora Maria Thereza Hermeto. Ela mora em Nova Lima, Minas Gerais, com a mãe e irmã. Possui uma página no Facebook chamada AUrfanato Tete Hermeto. A Educadora Física, desde 2009 decidiu ajudar animais abandonados pelas ruas. Por quê? A gente vai saber. Mas o grande segredo que Maria Thereza não quis revelar é a quantidade de animais resgatados que possui em casa. Hummmmm. Imaginem então se multiplicarmos o número de cães pelas suas quatro patinhas?

 

Cãopetente - Fale um pouco sobre você. Onde nasceu, onde mora e porque decidiu ser uma protetora de animais?
Maria Thereza - Nasci em Belo Horizonte. Atualmente resido em Nova Lima.  Sempre que via um animal na rua, comprava alguma coisa para dar a ele: pão, leite, qualquer coisa. Até o dia que peguei o primeiro. Ele havia sido atropelado. Isso foi no ano de 2009. Eu sabia que mesmo salvando um, poderia mudar a realidade dele. Desde esse dia, não consigo mais passar direto por eles e não fazer nada. 

  

Cãopetente - Em sua casa você possui muitos animais? 

Maria Thereza - Muitos. Rsrsrs. Segredo de estado. 



Cãopetente – Mas conte para a gente. É mesmo em sua casa que você abriga todos os bichinhos resgatados ou possui algum outro lugar específico para isso?

Maria Thereza - Antigamente era em casa. Mas chegamos no limite. Agora vão para um lar temporário ou abrigo até a adoção. Já cheguei a ter 36 cães em casa. 



Cãopetente – Fale sobre o primeiro animal que resgatou em 2009.

Maria Thereza – Amarelo. Ele foi abandonado na minha rua com a irmã. O CCZ conseguiu pegar a irmã, mas ele fugiu. Tentei pegá-lo, mas ele ficava nervoso. Até que foi atropelado. Teve que fazer uma cirurgia, paguei com o Fundo de Garantia, mas como ele vivia na minha rua, os vizinhos contribuíram e quitaram tudo. Desde então, nós o adotamos. 



Cãopetente - De que maneira os animais chegam até você?

Maria Thereza - De todas as formas. Recebo muitas ligações pedindo resgates, pelo Facebook, e tem aqueles que eu mesma vejo quando passo em algum lugar. 


Cãopetente – Qual a sua maior demanda? Filhotes, animais adultos ou idosos? 

Maria Thereza - Iguais. Mas dou prioridade aos doentes, machucados, mãezinhas e filhotes... Infelizmente, não dá para salvar todos. 



Cãopetente – Qual a maior dificuldade que você encontra na atividade de protetora?

Maria Thereza - Lares temporários até o animal ser adotado. 

 Cãopetente - Tem parceria com veterinários?

Maria Thereza - Sim. Conseguimos preços melhores. Mas não temos gratuidade, nem apoio dos órgãos públicos. Exceto no caso da castração que a prefeitura de Belo Horizonte oferece gratuitamente, mas precisamos esperar em média dois meses por uma vaga. 


Cãopetente - Como faz para conseguir rações e medicamentos?

Maria Thereza – Os recursos normalmente saem do próprio bolso. Às vezes conseguimos doações, mas não é sempre. 

 Cãopetente - Como planeja as feiras de adoções? Consegue parcerias para esses eventos?

Maria Thereza  - Os pet-shops nos procuram para fazer as feiras. Algumas marcas de rações fazem parceria distribuindo amostras durante a feira. 


Cãopetente - Além das feiras de adoção, quais os canais de divulgação dos animais que precisam de novos lares?

Maria Thereza – Utilizo e-mail e a página do Facebook. (https://www.facebook.com/aurfanato?fref=ts)

Cãopetente - Conte um caso que te emocione sempre que se lembra dele.

Maria Thereza - São tantos... Mas temos o Francisco. Ele foi resgatado em 2012. Participou de muitas feiras de adoção. Possuía um olhar triste, muito triste. Todos se apaixonavam, mas ninguém o levava. Recentemente, uma pessoa se apaixonou e o adotou. Foi morar em uma casa gramada e com uma irmã canina. Quando o levei, ele pulou na minha perna e olhou no fundo nos meus olhos. Não estava mais triste. Era um olhar de agradecimento pelo tempo que passamos juntos e por eu nunca ter desistido dele. 

Cãopetente – Na prática, alguns cuidados precisam ser tomados ao abordar um cão durante o seu resgate. Afinal, principalmente aqueles que são maltratados ou nas ruas ou por donos, às vezes atacam por medo. Ou mesmo fogem. Como você procede?

Maria Thereza - Sim. Mas nunca fui atacada. Já resgatei uma pitbull parindo na rua e ela não nos atacou. Mas, normalmente, eles correm quando tem medo. Animais sentindo dor também podem morder. Tentamos utilizar um pano em alguns casos.

Cãopetente - Depois que consegue um lar para seus animais, há alguma forma de acompanhar se os proprietários estão cuidando do cão de maneira adequada?

Maria Thereza - Sim. Chamamos de pós-adoção. No contrato de adoção já deixamos claro que apareceremos sem avisar. Além disso, telefonamos e trocamos mensagens também. 

Cãopetente - Existem muitos casos de devolução? Se sim, quais os principais motivos alegados pelas pessoas?
 
Maria Thereza - Alguns. Eu já tive casos que a alegação era o choro do cão, falta de adaptação... Ou que o cão estava precisando de mais espaço. Já tive um caso de um animal que fugiu do adotante dois dias depois da feira e não me avisaram. Quando fiquei sabendo e divulguei, com muita sorte, encontrei ele a sete quilômetros da casa do adotante, em uma empresa. Mas existem casos de gravidez, mudança para apartamento, etc. 

Cãopetente - Tem mais pessoas que trabalham com você? 

Maria Thereza - Muitas. Atualmente, somos sete mulheres. Cada uma faz seus resgates, mas trocamos medicação, conselhos, e nos auxiliamos em feiras e lares temporários. 



Guardamos essa entrevista que já deveria ter sido publicada em fevereiro para hoje, para homenagear por meio da história da Maria Thereza, como citamos acima, todas as mulheres que além de cuidarem das suas atividades do dia a dia, ainda encontram tempo para salvar a vida de tantos animais que permaneceriam com seu destino incerto nas ruas ou nas mãos de pessoas inadequadas, O que seria deles se não fosse o amor e a obstinação dessas mulheres?

Muitos homens também se dedicam a essa causa, nós sabemos. Mas nas buscas que fazemos pelas redes sociais, não há como comparar a quantidade de mulheres nessa atividade. Mulheres guerreiras, teimosas, fortes e determinadas. Sorte de cada animal que elas resgatam.

Nós, do Cãopetente, parabenizamos a todas nesse dia. Parabéns aquelas que já nos contaram suas histórias, todas a quem não conhecemos, mas que nesse exato momento não devem nem se lembrar que há um dia dedicado a elas. Pois devem estar realizando mais um resgate ou, no mínimo, cuidando daqueles que já estão sob sua responsabilidade. Parabéns!!

Como encontramos nossos personagens?

Devemos aos nossos entrevistados a continuidade do blog Cãopetente. Pois seu principal objetivo é esse. Publicar entrevistas feitas por nós (eu e Zeus, rsrs), e repassar informações sobre diversos assuntos, mas não apenas aqueles já publicados na Internet. Damos visibilidade a quem já a possui, mas também aos menos conhecidos pela maioria. Sempre buscamos nossos personagens nas redes sociais ou chegam até nós por indicação ou sugestão. 

A Maria Thereza, por exemplo, foi um caso que vi no Facebook e que me chamou a atenção. Ela já respondeu nossa entrevista há algum tempo. Mas como sua atividade é permanente, guardamos sua história e escolhemos o dia de hoje para publicá-la, por ela ser mais uma mulher protetora.

Também guardamos outras entrevistas sempre com a intenção de manter uma sazonalidade na publicação dessas histórias que não envelhecem com o tempo. 

Por outro lado, temos inúmeras entrevistas enviadas esperando por respostas. As pessoas sempre demonstram muito boa vontade. E tem mesmo. Mas como não somos um veículo de comunicação de massa e não temos prazos rígidos, algumas vezes outras prioridades atrasam o retorno dessas pessoas. Por isso, optamos em não anunciar nenhuma entrevista, antes que já esteja na caixa de email. E também, por isso, algumas vezes demoramos a publicar o que temos. 

Explico, porque esperamos que nossos pontuais entrevistados nos perdoem algum atraso ou demora. Mas garantimos que nada será perdido. Ao contrário. E todos os dias buscamos ansiosamente no email o retorno daqueles que por um motivo ou outro, ainda nos presentearam com suas histórias.


A todos, somos muitos gratos, não é Zeus?

Até mais ver.