quarta-feira, 27 de novembro de 2013

De olho na pele dos seus animais




A saúde do nosso animal pode estar mais ou menos garantida dependendo da nossa atenção aos detalhes. Precisamos conhecer bem o comportamento dos nossos pets e observarmos com frequência sua pelagem, pele, dentes, patas, enfim, tudo relacionado ao nosso bicho. Isso porque ao menor sinal de algo diferente, temos que levar nosso amigo ao veterinário para evitar que problemas simples de saúde tornem-se crônicos ou até mesmo incuráveis.

Para isso, é necessário interação e muito carinho. Animais de quintal, que só são vistos pelos donos quando estes se lembram de colocar água e alimento, certamente irão sofrer com doenças que não serão percebidas até se tornarem algo que incomode visualmente ou que possua um odor desagradável, ou ainda que se transforme em algo tão grave, que seja impossível não perceber.

Se para os cuidadosos e responsáveis donos de animais de estimação alguns sintomas podem inicialmente passarem despercebidos, imaginem para aqueles que esquecem que existe um cão esperando para ser socializado lá no fundo do quintal?

Fizemos uma entrevista abordando alguns tipos de alergias que podem acometer cães e gatos. A veterinária Myrna Peres Wanderley, especialista em dermatologia, irá esclarecer algumas dúvidas comuns sobre doenças na pele dos animais. Mas nós abusamos da sua boa vontade e falamos também de rinite e otite, alergias comuns que podem atormentar nossos bichinhos. Só que estes dois assuntos vão ficar para a próxima publicação. A entrevista será dividida e hoje serão abordados somente os problemas que podem surgir na pele dos nossos animais. Vamos lá?

Myrna Peres Wanderley, 35 anos, é formada pela Universidade Vila Velha e especializou-se em Dermatologia pela Qualittas. Ela nos conta que “a paixão pelos animais e a vontade de cuidar foram os maiores motivos” para escolher a profissão. Vilão e Pancho Villa são dois cães que foram adotados por Myrna e que moram com ela e sua família. 

Nossa entrevistada devidamente apresentada, vamos então saber quais são as doenças que mais fazem com que os proprietários levem seus cães ao consultório da Dra. Myrna.

O Vilão é sortudo. Tem uma dona veterinária... 

Cãopetente -  Independentemente da sua especialização, você e sua equipe atendem a diversos casos em seu consultório. Mas qual a demanda relacionada a problemas dermatológicos?

Myrna Peres - Os atendimentos dermatológicos representam aproximadamente 60% da demanda. E ainda posso dizer que mais de 70% destes, são causados por hipersensibilidades.

Cãopetente - Alergias em cães e gatos podem ter origem genética? De que maneira podem se manifestar?

Myrna Peres - Sim. As alergias podem ter origem genética, mas também podem ser adquiridas com o passar do tempo. A exposição a agentes químicos, alimentação inadequada, aeroalérginos (inalantes como poléns, pó de minério etc), trofoalérginos (alimentar), todos esses fatores naqueles que possuem o sistema imunológico sensível, podem manifestar sinais clínicos da doença.

Cãopetente – Cite as dermatites alérgicas mais comuns em cães e gatos.

Myrna Peres  - De longe a dermatite alérgica que mais acomete cães e gatos, é causada pela hipersensibilidade à saliva de artrópode1 (prurigo estrófulo2 em seres humanos).
  1. Ácaros, pulgas, piolhos e carrapatos são exemplos de artrópodes.
  2. Prurigo estrófulo “é um quadro comum na infância que surge em decorrência de uma reação de hipersensibilidade à picada de insetos, como mosquitos e pulgas.” Mais detalhes, acesse: http://www.dermatologia.net/novo/base/doencas/prurigo_estrofulo.shtml
Cãopetente – Os animais podem desenvolver alergias a medicamentos como os humanos?

Myrna Peres - Sim. Todo mecanismo conhecido nas alergias medicamentosas em seres humanos se empregam para cães. Causam desde angiedema (inchaço da face), pápulas (tipo de lesão sólida da pele), manchas, eritema (vermelhidão), prurido (coceira), placas, entre outros sinais. Atendo muito as farmacodermias3, pois estas são comumente caracterizadas por feridas na pele e muito prurido.
  1. “Farmacodermia é o termo usado ao conjunto de reações causadas por determinadas drogas, ou seja, é qualquer resposta nociva e inesperada a um medicamento, que pode ocorrer em doses usadas para profilaxia (prevenção), diagnóstico ou tratamento.” http://www.clinipet.com/informativos/2-dermatologia-veterinaria/39-farmacodermia.html
Cãopetente – Alimentos também podem ser causadores de alergias?

Dra. Myrna, haja mãos para tantos 'buldoguezinhos'!
Myrna Peres - Hoje algumas indústrias de alimentos pecam um pouco na escolha das proteínas utilizadas na fabricação das rações. As rações comerciais utilizam soja na composição, bem como proteína animal (bovina e de frango) de alto peso molecular e baixo valor biológico; o que num sistema imunológico ativo, que é o caso dos alérgicos, estimula uma resposta exagerada. Além das proteínas, a presença de aditivos, corantes entre outros componentes podem causar o mal.

Cãopetente – Já disse que salivas dos artrópodes, como pulgas e carrapatos, são grandes causadores de alergia. Como identificar o problema?

Myrna Peres - Geralmente uma verificação rápida em casa e no animal, até mesmo com auxílio do pet shop na hora do banho, tendo o cuidado de sempre olhar toda pelagem do animal em busca desses indesejados artrópodes. Mantê-lo protegido com produtos de utilização tópica mensalmente é uma prática bastante eficaz para diminuir a incidência desses parasitas.

Cãopetente – Há raças mais predispostas a ter algum tipo de alergia?

Myrna Peres - Algumas pesquisas sugerem que o Cocker e o Springer Spaniels, os RetrieversLabrador, Collies, Miniatura Schnauzers, Shar Pei chineses, West Higland WhiteTerriers, WheatonTerriers, Boxer,Dachshunds, Dálmatas, Lhasa Apso, Pastores Alemães, e Golden Retrivers estão sob risco aumentado na alergia alimentar. Todas as alergias possuem listas de predisposição racial.

Cãopetente - Há alergias sazonais? Ou que são mais recorrentes em determinadas épocas do ano?

Myrna Peres - Sim. Atendo a todo tipo de manifestação alérgica ao longo do  ano, porém, sinto que a primavera é uma época singular. Os cães que são sensíveis a aeroalérgenos sofrem muito com a chegada da florescência. O pólen das gramíneas costuma ser o grande vilão. 

Cãopetente – Há alergias que são mais propensas em animais da zona rural ou naqueles que vivem em regiões litorâneas?

Myrna Peres - Sinceramente precisaríamos de uma pesquisa, para referir essa estatística. Mas pensando na umidade pode-se dizer que a região litorânea é mais propensa a foliculites bacterianas4.
  1. Foliculite bacteriana “É uma infecção bacteriana da pele, que tem origem no folículo piloso, ou seja, no anexo epidérmico que dá origem ao pêlo. É a dermatopatia mais comum na dermatologia canina (...)”. Mais detalhes: http://dermatopet.com.br/foliculite-bacteriana/
Cãopetente – Alergias na pele dos animais podem ser confundidas com sarnas?

Myrna Peres - Sim. Alguns animais apresentam infecções secundárias, como malassezia (dermatite causada por fungo) e esta promove um aspecto parecido com algumas sarnas. Pele grossa e escurecida, odor fétido, seborreia e geralmente as duas situações causam muito prurido.

Cãopetente – Que tipo de exames são necessários para identificar esses problemas dermatológicos?

Myrna Peres - A sorologia hoje é o mais utilizado, além do exame transcutâneo. Procuramos identificar a proteína chamada IgE, presente em pequenas quantidades na circulação sanguínea. Porém naqueles acometidos pelas alergias serão detectadas quantidades superiores ao normal na amostra de sangue. Então cada proteína identificada deverá ser evitada ou excluída da rotina do animal.

Cãopetente – Quais são os principais tratamentos? É possível ficar curado?

Myrna Peres - Imunoterapia5, vacinas que prometem 99% de eficácia em algumas alergias. Algumas vezes a retirada da causa é a "cura". Não existe exatamente uma cura. Temos uma melhora significativa com a utilização de medicamentos e da imunoterapia.
  1. “A Imunoterapia é um tratamento médico em que extratos de alérgenos altamente purificados aos quais seu animal é sensível são injetados em concentrações crescentes no organismo. Os tratamentos por imunoterapia são formulados individualmente para cada paciente baseado nos resultados dos testes para diagnóstico da alergia.” Mais detalhes: http://www.cepav.com.br/br/paginas_internas/alergia/imunoterapia_controle_alergia.html 
Cãopetente – Existem alergias que podem surgir enquanto o animal é filhote e desaparecerem naturalmente depois de adultos?

Myrna Peres - As alergias comumente aparecem após os oito meses. Costumam melhorar com o passar dos anos, mas isso não é uma regra.

Cãopetente – Há algo a ser feito para prevenir alergias?

Myrna Peres - Evitar completamente a exposição a determinados agentes retarda o início dos sinais. 

Cãopetente – A pele do animal pode ficar mais suscetível a doenças quando há um excesso de zelo relacionado aos banhos?

Myrna Peres - A exposição ao agente causador do mal pode mostrar os sinais clínicos precocemente. Os cães já predispostos possuem uma pele mais seca e menos protegida. Produtos inadequados para o indivíduo, água quente, excesso de calor na secagem podem levar a precocidade do aparecimento dos sinais.


E a próxima?

Pode não ser tudo, mas é muito, não é parceiros? Eu tinha muitas dúvidas que foram esclarecidas pela Dra. Myrna. E vocês?

Para quem mora em Vila Velha, se precisarem de uma especialista em dermatologia, segue abaixo o contato da Casa de Bicho, clínica onde atendem a Dra. Myrna, acompanhada de uma bióloga e outra veterinária, a Mônica de Alvarenga Feijó Bianchi. Esta possui especialização em cirurgia, mestrado em animais selvagens e cursa doutorado em Ecologia.

Clínica Veterinária Casa de Bicho. Rua Humberto Serrano, 398 - Praia da Costa. Vila velha/ES. Telefones: 3289-8186 e 9296-0056.

Na próxima, a Dra. Myrna falará sobre rinite e otite.

Até mais ver!

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Minhas AUnotações...



Acordei feliz. Aliás, acordo sempre muito feliz. Tenho uma vontade enorme de brincar e um desejo interminável de passear. Quando estou assim, à toa, sem fazer nada, ou me lembro dos meus melhores passeios ou começo a refletir sobre algumas coisas da vida. Isso mesmo. Sou um labrador, mas gosto de pensar sobre questões existenciais. Também aprendo essas palavras diferentes escutando minha ‘dona de estimação’ falando sobre diversos assuntos.


Eu me considero um cão bastante feliz. Tenho casa, família, brinquedos, ração gostosa, petiscos variados, minha dona vive cuidando da minha saúde e limpeza. Às vezes até como alguns legumes e frutas que ela diz que não fazem mal para a minha saúde. De vez em quando ganho carne de frango cozida, mas sem tempero. Mas também eu não sei o gosto que tem esse tal de tempero... Como tudinho e do jeito que vem para mim. Hummmmm.  Lamb, Lamb... Agora prometeu que vai fazer sorvete de melancia. Ela viu isso no Facebook e até postamos a dica na nossa página. Ela adora pegar receitas na internet. Tanto aquelas para os humanos, quanto as que eu posso provar. Só que  já me avisou: “Zeus, açúcar, nem pensar”. Já sei, já sei. A melancia chegou. Uma bola imensa e pesada. Queria brincar com ela, mas estou esperando esse sorvete.


Começo a falar de comida e esqueço do resto. Se eu latir sobre os meus passeios então... au au au, aí nem paro. Antes de ter o Cãopetente, eu não tinha muita informação sobre a tal  ‘vida de cachorro’ pelo mundo afora. Eu pensei que todos vivessem como eu. Sempre vi alguns amigos vagando pelas ruas, mas podia apostar que eram cães mais livres, que tinham a permissão dos seus pais humanos para passearem sozinhos. Até ficava chateado com a minha ‘dona de estimação’ por nunca me deixar sair sozinho. Sabe como é, né? Estou crescido, já tenho quase dois anos, sei que já sou um cão adulto, apesar de ela dizer que não passo de um cachorro adolescente, desobediente e filhotão. Auf, auf. Quero sair, conhecer cadelinhas charmosas, namorar, mas aqui em casa as regras tem que ser respeitadas. Depois que comecei a ver que as coisas não são como eu pensava, entendi a minha dona.


Vejo que muitas pessoas abandonam e maltratam os animais. E isso me deixa muito triste. Mas também estou conhecendo vários cães e gatos que teclam comigo de vez em quando e que tem sorte como eu. E por isso me lembrei do meu amigo Alvin. Desde que os pais dele curtiram minha página no Face, que praticamente todos os dias a gente interage. Au, au... Lembrei-me de quando vi o Alvin pela primeira vez.  Aquela foto que a ‘mãe’ dele me mandou, quando ainda era um filhotinho... Acho que estão no meu álbum de fotos. Vou buscar e espalhar por aqui. 

- Olha essa. Ele filhotinho. Não é que o cãomarada era fofinho? 















- Será que eu contei para o Alvin que também já aprendi esse truque de dar a patinha? Os humanos adoram isso...

 - Olha o cara que metido no skate. au au au.



















- Hum, mas ele não parece que está muito feliz tomando banho... kkkk


 Chega de fotos. Voltando para minhas AUnotações...


Alvin é um amiguinho bem bacana. Mas só aqui nas minhas AUnotações tenho coragem de confessar um segredo. Minha dona achou o Alvin tão lindo que fiquei com ciúme. Fico até envergonhado de quando o chamei para um papo de macho para macho. Na verdade não era para briga, porque não sou disso. Mas queria saber sua real intenção com minha 'mãe humana'. Que bobagem. Cainnnn. Agora é meu amigão. Eu diria que faz parte da família Cãopetente. Au, au, auuuuuuuuu. Batemos um bom papo e ele me contou sobre sua vida. Foi quando comecei a entender melhor como os animais de estimação podem alegrar a rotina dos humanos. E o contrário também, é claro. 


É, meu cãopanheiro Alvin. Não me esqueço quando disse o quanto ficou feliz quando viu seu pai humano pela primeira vez. Parece que estou escutando você latir. “Meu dono olhou pra mim e eu olhei pra ele, mas eu nem sabia caminhar direito. Mesmo assim fui para o seu lado, meio cambaleante. Ah Zeus, quando ele soube que eu estava para adoção disse que era a mim que gostaria de levar para casa depois de 45 dias. Esse tempo era porque eu precisava ficar ao lado da minha mãe canina para amamentar. Você sabe, né? Mas ele também disse que ia ter que consultar a esposa antes. Pois eu era marrom, mesclado de preto, e não da cor que ela queria... Quanta ansiedade”.


A tia Ivonet, a dona do Alvin, ainda sofria com a morte do outro cãozinho que tinha, que era todo pretinho e se chamava Panda por causa de uma mancha branca no peito. O Alvin me contou que antes dele, ela dizia que nunca mais queria ter cachorro, bla bla bla, au au au, como muitos seres humanos dizem. Mas não resistem. Afinal, a verdade é que quem gosta de animais não consegue ficar muito tempo sem eles. Resistiu uns seis meses e quando foi lá com o tio Paulo para conhecer o Alvin, o óbvio aconteceu. Amor à primeira vista. Já tinha até escolhido o seu nome... Os humanos acham que sabem tudo, mas não conhecem nossos métodos infalíveis de conquista. O Alvin já nasceu sabendo. 


Há uma coisa sobre a relação que temos com outros seres que eu não sabia. Quando eu contei para minha ‘dona de estimação’ a história do Alvin e de como ele tinha ido morar na casa da tia Ivonet e do tio Paulo, disse que ele estava indo para substituir o Panda. Daí ela me explicou que não se trata de substituição. E que todos que amamos ocupa um lugar único e especial, que ninguém toma. Ela disse que quando alguém novo chega para fazer parte do nosso dia a dia, é como se fosse mais uma peça para preencher o quebra-cabeça da vida. Cada um ocupa o seu próprio lugar. Quando não há mais espaço para completar é porque já cumprimos nossa missão. E aí, a gente encontra os nossos amigos em outro mundo. Achei bonita essa história. Acredito nela. Constatei que eu já tenho algumas peças no meu quebra-cabeça e algumas eu conheci por causa do meu blog e da minha página do Facebook. Mas os maiores, mais legais, aqueles que representam tudo na minha vida, são os meus 'donos de estimação', que eu amo incondicionalmente. E recebo esse mesmo amor, principalmente da minha dona. Acho que se ela soubesse e pudesse até latiria comigo. au au au. Legal, né? 


Fico aqui me recordando das confidências que o Alvin fez. Mas essas eu não posso contar, pois sei guardar segredos. Comentou um pouquinho sobre a vida dos seus pais humanos e que ele faz de tudo para preencher seus dias com muita alegria e amor. Que feliz é o Alvin! É filho único e muito querido por todos. Sempre latindo feliz, dizendo que seus pais humanos são muito legais; que brincam, passeiam e se divertem com suas travessuras. Farejei logo: ele até se aproveita da situação para fazer mais bagunça do que pode. Au au au. Meu amigo é um ano mais velho que eu, mas acho que se eu sou um filhotão, ele também não fica atrás. 


Nós cães e também os gatos e todos os animais de estimação gostamos tanto dos nossos donos que muitas vezes perdoamos até mesmo quando estão bravos e descontam a raiva em nós. Isso não é legal e eu não entendia muito bem. Mas minha dona também me ensinou que o que possuímos é aquele amor incondicional que falei antes. E que muito ser humano sabe o que significa, mas nunca sentiu. Pelo menos nós dois, eu e o Alvin, somos muito bem recompensados por dar esse amor. Também somos muito amados e respeitados. 


Bem, acho que vou deixar de lado minhas AUnotações e vou ver se o Alvin está on line. Falei tanto nele que bateu saudade e vontade de levar um Pet a Pet. Pôxa Alvin, por que é que você foi morar tão longe, nesse estado com nome de santa? Santa Catarina, não é isso? Queria mesmo era brincar com você e com o seu irmão. Que sorte, hem! Ter um irmão morando na casa em frente à sua! Ah, vou aproveitar e perguntar se ele sabe do paradeiro das suas três irmãs.Quem sabe arranjo mais um motivo, além do Alvin, para pedir a minha dona para visitarmos Joinville?

Olha só, achei mais fotos do Alvin... Gosta de fazer pose, o cachorro... au au au au. Vou ter mesmo que falar com ele, pois quero saber quem é que ele queria conquistar com aquela rosa na boca... au au.




Bacana essa foto com a tia Ivonet e o tio Paulo.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Matilda e Maria Mienta. 

Finais Felizes!


Pet a Pet

Essa história começa em maio de 2013 quando dois gatos foram vítimas da ignorância e da maldade de seres que ainda acham que merecem a alcunha de ‘humanos’.

Infelizmente só um gatinho sobreviveu às amarras de arame. Isso mesmo. Matilda, a gatinha negra que há algum tempo já estamos publicando sua foto no Cãopetente e um outro felino branco foram encontrados dentro de potes de barro e amarrados em arame.

Matilda, logo que foi resgatada. Ainda tão assustada...

Como explicou Marilena Cantizani, a integrante do grupo ResGatinhos, de Campinas, que nos concedeu entrevista há pouco tempo, “gatos pretos sofrem muito preconceito, mas pior do que isso, são as maiores vítimas de superstições ridículas. As pessoas acham que isso não ocorre mais. Mas acontece e muito. Gatos pretos e também os brancos, são utilizados em rituais e trabalhos. Isso é tão frequente, tão real, que até o Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo parou de doar gatos pretos em vésperas de feriados religiosos ou Halloween.”

Leia a entrevista da protetora de animais, Marilena Cantizani: (
http://www.caopetente.blogspot.com.br/2013/10/protetores-de-animais.html).

Além da Matilda, o Pet a Pet também vai contar a história da Maria Mienta. Quando foi encontrada tinha menos de um mês de idade. A gatinha preta e branca foi a última de sua ninhada a ser adotada.

Maria Mienta, do ninhada Quatro Marias. Ainda pequenina.
Mas agora, essas duas lindezas estão juntinhas em um novo lar. O Zeus conta essa história para a gente nessa entrevista.

Zeus – Duas gatinhas ao mesmo tempo? Hoje estou arrasando no meu espaço Pet a Pet. Primeiro gostaria de mandar um abraço canino bem gostoso para a Marilena, que explicou para a Matilda e para Maria Mienta que eu, apesar de ser esse grande labrador, não faria mal a um gatinho. Até porque estou do lado de cá da tela, não é mesmo? Mas também quero dizer que o trabalho de quem resgata, cuida e luta por um lar para os meus amiguinhos, tem a minha amizade. Olá gatinhas!

MatildaMiauuuuuuuu!

Maria MientaMiiiiiiii. Ei Zeus!

Zeus – Quero que vocês me contem onde e em quais circunstâncias foram encontradas.

Linda gatinha de pelos negros e macios. 
Matilda -  Eu estava no que os humanos chamam de encruzilhada. Eu e meu amiguinho que infelizmente morreu, fomos utilizados num ritual. Tive sorte, porque apesar da dor que sentia e alguns ferimentos, eu sobrevivi. Senti muito medo. Sei que muitos gatinhos quando sobrevivem a essas maldades ficam mais temerosos e desconfiados com a presença de pessoas. Mas eu fui resgatada e muito bem cuidada até hoje. Por isso decidi ser carinhosa e amável com todos aqueles que me ajudaram e agora com minha nova família.

Maria Mienta. "Ronronenta"
Maria Mienta – Eu também tive sorte. Estava pertinho da casa onde tia Marilena mora. Lembro que nasci num quintal bonito. Ainda tínhamos a nossa mãe que cuidava da gente com o seu leite e seu calor. Miiiiii. Mas logo eu e minhas três irmãs estávamos dentro de uma caixa e nunca mais vimos a mamãe. A gente começou a sentir frio e fome. Daí apelamos para o pedido de socorro. Miávamos até aguentar. Quando uma se cansava a outra começava. E assim a tia Mari nos ouviu e nos salvou. Aí ela nos deu mamadeira até conseguirmos comer uma ração molinha e deliciosa. Fomos salvas pelos miados. Miauuuuuuuuuuuuuuuuuuu.

Zeus – Matilda, a Marilena contou para minha dona de estimação que você já era castrada. Lembra-se de ter vivido em outro lar?

Matilda – Acho que o medo que senti quando me vi presa naquele arame pontudo fez eu me esquecer de tudo. Os humanos chamam isso de trauma. Sei que gostava de passear pelas ruas... Me lembro que depois que a tia Marilena me resgatou, fizeram um exame chamado ultrassom em mim e foi assim que souberam que eu já era castrada. Miauu. Ai minha memória! Esse papo de que a gente tem sete vidas é uma lenda, sabe? O que eu tive foi sorte de não ter morrido naquele lugar. Sempre fui muito boazinha com os seres humanos. Mansa e carinhosa. Só que se aproveitaram disso. Não dá pra confiar em todo mundo. Por essas e outras questões é que para gatos serem doados, a maior parte dos protetores e instituições exigem a instalação de telas em janelas ou nos muros das casas. Nós saímos para brincar e nunca sabemos quem é bacana ou ruim.



Zeus – Maria Mienta, agora você e a Matilda tem um novo lar. E suas irmãs?

Maria Mienta – Minhas irmãzinhas foram todas adotadas antes de mim. Miau. Sempre ouvi nossos amigos humanos contarem que todas nós éramos lindas. E eu me acho bem ‘gatinha’ mesmo, com o perdão do trocadilho. Miiiiiii. Nós somos pretas e brancas. Miau. Mas eu fui a única que nasci mais pretinha. Os focinhos das minhas irmãs são cor de rosa e o meu também é mais pretinho. Como disse a tia Marilena, “coincidência ou não”, eu fui a última. A parte boa disso é que pelo menos tenho certeza que quem me escolheu vai sempre me amar como eu sou. Miauuuuu. Funciona como o preconceito racial que os seres humanos tem. Muitos precisam aprender que gatos, cachorros, humanos, enfim, ninguém vale mais ou menos por causa das diferenças. Eu sei disso. Mas muito ser humano ainda precisa aprender.



Zeus – E por que você tem esse nome, Maria Mienta?

Maria Mienta -  Miaaaaaaauuuuuuuuuuuuuuuuuuuu. Por isso. Meu miadinho é forte, longo e constante. Miaaaauuuuuuuuuuuuuu.

Zeus – Nossa, constante e forte mesmo, Maria. Auuuuuuuuuuuuuuu. Matilda, você está para adoção há alguns meses. Acha que demorou também porque é pretinha?

Matilda – Sim. Infelizmente alguns humanos tem preconceito e superstições contra gatos pretos. Dizem que dá azar, quando no fundo o azar é só meu quando me deparo com pessoas que pensam dessa maneira. Mas o fato de eu ser uma gatinha já adulta também dificultou. Assim como os humanos que só querem saber de adotar pessoas enquanto são bebês, com animais é a mesma coisa. A maioria das pessoas preferem filhotes. Já vi alguns amiguinhos meus que eram muito ariscos, mas que foram rapidamente adotados porque eram bonitos ou filhotinhos. Muitos me acham feia... Mas finalmente um casal um dia visitou a clínica onde eu morava e se encantou comigo. Ainda bem, não é? A tia Marilena sempre dizia que eu sou “linda, macia como um veludo, e que amasso pãozinho até quando ando”. Não entendia muito bem essa parte de amassar pão, mas eu gostava de ouvir isso. Miau, miau, miau.

Agora seguem as melhores fotos para mostrar. Maria Mienta e Matilda com a 'mamãe' e na casa nova.

 Parabéns 'dona de estimação'. Certamente o seu ato lhe tornará uma pessoa ainda mais feliz!

          






Mais uma história que teve um final feliz, não é Zeus?

Matilda e Maria Mienta agora possuem um lar, com muita segurança e amor. A ResGatinhos tem sempre opções de lindos gatos para adoção. Mas precisamos deixar o preconceito de lado e seguir exemplos de pessoas que adotam independentemente da idade ou cor.

ResGatinhos fica em Campinas. Acesse ao site e conheça os animais disponíveis para adoção. E se se interessar por algum, comece pelo preenchimento do formulário, primeiro passo do procedimento.


Informações úteis

- Quem quiser ajudar, seja financeiramente ou com doação de itens, é só acessar a página www.resgatinhos.com.br/como-ajudar. Lá constam todas as informações.

- Delegacia de Proteção Animal de Campinas/SP - Rua Odila Maia Rocha Brito, nº 8. Telefone: 3256-4700.

 E a próxima?

Parceiros Cãopetentes, já estamos com alguns assuntos bem legais para vocês. Temos entrevistas com as médicas veterinárias Myrna Peres Wanderley e Brenda Costa Silva Fruk Guelfi. A primeira vai nos falar sobre processos alérgicos em cães e gatos. Já com a Brenda iremos aprender um pouco sobre fisioterapia e reabilitação animal.

Nós ainda temos entrevistas com protetores e o Pet a Pet com animais bem legais. Mas ainda temos uma novidade: "Minhas AUnotações. By Zeus". Vamos publicar anotações desse labrador cheio de ideias. O Zeus fez um amigo na página do Facebook, e ele vai nos contar sua história por meio das suas AUnotações. Um cachorrinho bastante feliz e faceiro. O Alvin é um amigo muito fiel do Zeus. Ele e seus donos de estimação vivem curtindo, comentando e compartilhando as publicações do Cãopetente no Facebook.

Tem muita coisa bacana já sendo preparada e algumas sugestões que estamos correndo atrás para conseguir.

Afinal, informação é tudo, não é mesmo?

Até mais ver.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Histórias de amor. 


Adoção, cuidados e responsabilidade.




Seis cães e uma proprietária que merece ser chamada de ser HUMANO!

Na prática, o que é ter amor pelos animais? Zelo é uma das respostas. Quando enviei as perguntas para Rosimery da Silva Garcia, para conhecer a história dos seus bichos adotados, ela rapidamente me deu retorno e disse: “Ainda não respondi, pois a minha Mila, a que adotei através da página "Amizade é um Luxo”, está meio doentinha e estou me dividindo entre o trabalho e ela”.

Alguém tem alguma dúvida de que eu confirmei que a prioridade era a Mila? Isso é uma adoção responsável. A intenção que temos com entrevistas como essa é sensibilizar muita gente, mas muita gente mesmo, que tem animais por todos os motivos, menos os corretos. Para satisfazer o desejo dos filhos, para que o cão se torne ‘guarda’ da casa, para realizar um impulso passageiro, com todas as finalidades possíveis. E por isso mesmo, essas pessoas, todas elas, acabam incorrendo no mesmo erro. Esquecem que ter um bicho em casa, implica em zelo, responsabilidade com o bem-estar e a saúde do animal, cuidados com sua educação para prevenir problemas comportamentais, gastos, tempo, enfim, mil vezes já disse, mil vezes repetirei: um animal é uma vida. Não é e não pode ser descartado e nem maltratado.

A Mila, essa cadelinha linda, foi uma das modelos da fotógrafa Yara Guimarães
e conquistou o coração da Rosemery.
(http://www.caopetente.blogspot.com.br/2013/10/olha-o-passarinho-olhem-o-cachorrinho-o.html)
Outro dia ouvi um ‘pai’ dizer que está deixando seus filhos terem cachorro, mas que o ‘problema’ é deles, porque nem de cachorro ele gosta. Que espécie de pai ou de ser humano é esse? Quais valores são ensinados aos seus filhos? Os filhos em questão são crianças e adolescentes que, obviamente, não tem recursos, responsabilidade e não tem orientação para cuidar de outro ser vivo. E é por causa de gente desse tipo que assistimos diariamente as ruas lotadas de animais abandonados, maltratados e com problemas de saúde. E ainda preciso contar mais a vocês: nessa mesma conversa, um outro emendou: ‘esses bichos causam muitas doenças’. Caramba! As pessoas não enxergam que a responsabilidade total sobre as doenças transmitidas pelos animais é delas próprias. De todos que não os vacinam, daquelas pessoas que literalmente jogam fora seus animais nas ruas... Qualquer ser humano transmite doenças se não receber cuidados com a saúde, não é mesmo? Com os animais seria diferente, por quê?

Nem vou discorrer mais sobre isso, porque quem acompanha o Cãopetente deve imaginar que não foi nem amor e nem compreensão que eu senti ouvindo tanta barbaridade e besteira. Foi uma revolta imensa por ver tanta ignorância nesse mundo de meu Deus. E outra, por muitas pessoas eu sou vista como uma E.T., porque cuido com amor e responsabilidade do meu Zeus e porque jogo em cima desses seres meus discursos a favor do bom senso. Nem ligo, obviamente.

Em contrapartida, imagino que vocês irão se emocionar com as atitudes da Rosemery, como eu me emocionei. Sem nenhum tipo de sentimentalismo, foi inevitável não derramar lágrimas quando li em que condições a Rose adotou alguns dos seus cães. Encantei-me com sua disponibilidade e amor. E vocês também se encantarão.

Mila, Rose e muito amor.
Do total de seis cães da Rose, três são adotados. O Zeus vai entrevistar estes, pois o objetivo é mostrar a todos o quanto é valiosa a decisão de cuidar dos animais abandonados que precisam de corações disponíveis. Mas sabemos que os outros três possuem o mesmo espaço no coração da Rose e ficamos muito felizes de constatar que independente de como foram parar na vida dela, são todos os animais muito amados e bem cuidados.

Rosemery, 47 anos, é Atendente e Promotora de Vendas. Moradora de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, também se apaixonou por um daqueles animais que a fotógrafa Yara Guimarães deixa lindos para adoção. Saiu da sua cidade e adotou a Mila por ter se comovido com sua história. Por causa da Mila que conhecemos a Rose. Mas quando o Zeus soube da história, decidiu conversar também com o Duque e a Nina.

Cãopetente – Quantos animais ao todo você possui?

Rosemery Garcia – Tenho seis, sendo três adotados. A Mila que tem entre três e quatro anos; o Duque, com 10 a 12 anos de idade; a Nina possui uns quatro meses; além da Mimi, 9; a Perla, três anos e o Bobinho, com dois.

Cãopetente – Rose, você tem vários cães e saiu de Cachoeiro de Itapemirim para adotar mais um em Vila Velha. Tem outro que pegou no município de Serra. Por que decidiu por essas adoções?

Rosemery Garcia – Todo ser vivo é digno de amor e respeito. Os cães falam da maneira deles, possuem uma linguagem própria. Mas quando se cortam eles sangram como qualquer um. É uma vida. Sentem dor e a tristeza do abandono. As pessoas precisam aprender o sentido das palavras amor, amizade, respeito. Precisam olhar com o coração. Adotar é um gesto de amor. Pegar um animal de rua, levar pra casa, cuidar, dar banho e carinho são provas vivas que temos humanidade. Esse amor é retribuído todos os dias de nossas vidas. Diariamente quando chego em casa eu constato: Meu Deus, como valei à pena ter os meus filhos! Faria tudo novamente.

Cãopetente -  Como você viu a iniciativa da Yara Guimarães em produzir e fotografar os animais para adoção?

Rosemery Garcia – A Yara tem essa alma abençoada que permite que ela veja, através dos olhos destes anjos de quatro patas, as necessidades de cada um. Um ser iluminado que com seu gesto de amor, aumentou a oportunidade de muitos serem adotados por gente do bem. Isso é o mais importante.Atingir a alma do ser humano. Ela faz isso muito bem. Acho lindo o que ela faz. É pura mágica. Ela consegue mostrar o quanto eles são lindos.Não é a raça ou pedigree que os faz bonitos, mas os olhos que conseguem enxergar a alma desse ser vivo. A Yara faz isso não como um trabalho. É um lindo gesto de amor para ajudar a muitos a conseguirem um lar.

Cãopetente – Quais foram os procedimentos junto ao Centro de Controle de Zoonoses de Vila Velha, para que você pudesse adotar a Mila?

Rosemery Garcia – Quando adotei eles pediram a Carteira de Identidade e que eu assinasse um termo de responsabilidade. Me comprometi a postar fotos no Facebook para eles virem a Mila. Há alguns dias me ligaram para saber noticias. Acho super correto. As pessoas deveriam respeitar e honrar o que assinam. Às vezes pegam um animal, levam para casa e depois devolvem, esquecendo-se o quanto eles já sofreram. No inicio é uma adaptação para ambas as partes.

Cãopetente – Como se sente adotando um animal com deficiência, escolha pouco comum e como é a convivência da Mila com os outros cães?

Rosemery Garcia – Lembro que a funcionária do CCZ de Vila Velha disse que se não fosse por mim a Mila iria viver o resto da vida ali. A Yara passou na foto o que mais eu procurava. Não era a Mila que precisava de mim, eu precisava muito dela. Ela fez tanto sentido na minha vida, que eu não consigo expressar em palavras. Ela ficou doente há poucos dias e juro que fiquei sem condições, arrasada. Mas agora a minha Mila está muito bem. Graças a Deus. Com a Mila eu preciso sempre ter um cuidado mais especial.

A convivência é tranquila porque estou morando sozinha. Decisão esta que precisei tomar, pois minha mãe é idosa e ficou com medo de algum dos meus cães estranhar o choro da minha neta que vai chegar em dezembro. Eu entendi o lado dela e então preferi arrumar um lugar para mim e meus filhos do coração.

Cãopetente – Como é a sua vida com seus ‘filhos do coração’?

Rosemery Garcia  – Minhas folgas e finais de semana são dedicados somente para eles. Ao lado deles sou muito feliz e por causa deles me tornei um ser humano melhor. Muitas vezes as pessoas falam que eles seriam felizes num espaço maior... O importante é que não estão sozinhos, temos um ao outro. É fácil falar para adotar, mas é preciso ter raça para fazer isso. Porque o amor e a retribuição que temos é imensa e muitas pessoas não sabem lidar com estes sentimentos. A minha rotina é complicada porque trabalho de segunda a sábado. Mesmo assim fico à noite com eles, conversamos, brincamos e dormimos seguros e felizes. Nossos passeios são somente nas minhas férias. Aonde um vai, todos vão.

Não há muito o que comentar, não é mesmo?  A Rose merece todos os carimbos de CÃOPETENTE. 

Pet a Pet

O Zeus conversou pelo Facebook, ao mesmo tempo com a Mila, o Duque e a Nina. Esse labrador está ficando bastante um expert em redes sociais. rsrs

Zeus – Olá ‘cãopanheiros’! Nunca conversei com tantos cães assim, ao mesmo tempo.

Nina – Ei Zeus, ei Zeus!! Olha eu aqui. Está me vendo? Eu to pulando. Sou pequenina. Eu to feliz. Está vendo meu rabinho? Me dá um brinquedinho?

Duque -  Desculpe a Nina Zeus. Ela é uma criança e quer falar e fazer tudo de uma vez só. Eu que sou mais velho, às vezes não consigo acompanhar. Auuuuu

Olha o Duque aí tomando um bom banho!
Zeus – Ei Nina! Que bom que está feliz. Au au. Seu rabinho parece que deu corda. Au au. Duque, esquenta não, meu camarada. Todo filhote é assim mesmo. Cá para nós, a minha ‘dona de estimação’ costuma dizer que sou um filhotão. Eu não concordo, pois sou um adolescente muito disciplinado. Mas ela insiste em dizer que sou um eterno filhote... cain

Mila – Olá Zeus. É um prazer falar com você. Minha mãe do coração me explicou que com essas entrevistas, você quer mostrar às pessoas a importância de adotar um animal. E eu posso afirmar: se não fosse minha mãe Rose acho que ninguém ia me querer...

Zeus -  Não fale assim, Mila. Você é tão legal, tão linda...

Mila – Obrigada pelo elogio. Mas é verdade. Por causa das minha limitações, muita gente ia pensar duas vezes, pois dou mais trabalho que os outros cães. Mas tive muita sorte.

Duque – Nós tivemos muita sorte. Todos nós. Somos em seis aqui na casa. Mas eu, a Mila e a Nina fomos adotados de maneira bastante especial.

Nina – Eu? Falou meu nome? Quer brincar? Joga a bolinha...

Mila – Essa Nina... au au

Zeus – Então vamos fazer assim. Primeiro eu converso com você, Mila, depois com o Duque e depois com a Nina, ok? Mila, conte sua história para nós.

Mila – Bem Zeus, eu não consigo movimentar minhas patinhas traseiras, porque saí correndo atrás do meu antigo dono numa avenida muito movimentada de Vila Velha. Infelizmente um carro me pegou. Foi assim: o meu antigo dono não quis ficar comigo. Não sei porque. Ele me levou para um lugar chamado CCZ. Só que, chegando lá, a equipe do CCZ explicou para ele que lá só aceitavam animais com problemas e que haviam sido resgatados e sugeriram que ele me colocasse para adoção. Naquele momento eu não estava entendendo muito tudo o que estava acontecendo. Achei até que ele estava me levando para brincar com outros cachorrinhos, pois do portão eu escutava vários amigos latindo. Só que de repente eu me vi sozinha no chão, na frente daquele lugar que eu não conhecia. Achei que o meu dono tivesse me esquecido e saí correndo atrás dele. Só que ele estava de bicicleta e eu tive de correr muito para alcançá-lo. Não vi o carro...

Zeus – Pôxa, Mila. Que história triste. E ele voltou para te socorrer?

Mila – Não Zeus. Mas veio um outro homem que hoje é meu amigão. O nome dele é Ademir e ele trabalha lá no CCZ. Ele foi meu herói. Parou os carros para salvar minha vida. E eu ganhei o nome de Ademila em homenagem a ele. Naquele momento, se não fosse o Ademir, não sei o que seria de mim. Senti muito medo. Procurei pelo meu dono, mas nunca mais o vi. Hoje a Rose me chama apenas de Mila. Eu gosto muito. E nunca mais vou me esquecer do Ademir. E mesmo tendo ficado com essa deficiência Zeus, prefiro muito mais a vida que levo atualmente, do que aquela que levava com o moço que me abandonou. Recebo muito carinho e agora até sei que ele não era muito legal comigo. Mas isso é passado.

Zeus – É isso mesmo, Mila. Bola pra frente. E quanto tempo você ficou no CCZ?

Mila – Eu fiquei mais ou menos um ano. Mas antes da Rose ainda tive um outro lar. Até era bacana, mas devido às minhas limitações não foi possível continuar por lá. Eu só ficava no quintal com terra. Como eu arrasto as patinhas traseiras, naquele lugar eu me machucava muito e isso poderia comprometer ainda mais a minha saúde. Quando uma outra amiga minha que trabalha no CCZ foi lá me visitar e viu as condições em que eu estava, me levou de volta.

Zeus – E você gostou das fotos que fez para ser adotada?

Mila – E como! Au au au au. Me diverti à beça naquele dia. Me enfeitaram toda, Nunca fiquei tão bonita. Foi por causa dessa foto que a Rose se apaixonou por mim. Ela conta que, apesar de eu estar linda, achou meu olhar triste, como se eu não tivesse esperança de ser adotada, mesmo estando bonita daquele jeito. Ela ligou para o CCZ e saiu daqui de Cachoeiro de Itapemirim, viajou mais de duas horas só para me buscar em pleno domingo. Eu encontrei muita gente bacana no meu caminho. Mas hoje estou tão feliz!!! E ainda ganhei mais cinco irmãos.

Zeus – E como é sua rotina com a sua nova família?

Mila – Minha mãe – agora tenho uma mãe humana – é muito carinhosa comigo. E eu correspondo sendo sempre bastante amorosa com ela. Sei que dou um pouco de trabalho. Ás vezes. Zeus, não consigo controlar minhas vontades... Você entende, não é? E para uma dama isso é muito mais complicado. Daí eu corro e me escondo, pois fico envergonhada. Mas minha mãe toda vez me diz: “tudo bem amor, mamãe vai limpar. Fica triste não. Está tudo bem. Mamãe está aqui para isso mesmo.” Quando ela diz isso, a minha vergonha e até um pouquinho de medo dela brigar comigo passam. Eu saio correndo (do meu jeitinho, né?) e a encho de carinho e muitas lambidas. Eu também tenho um pouco de medo de vassoura. Quando a Rose pegava uma, eu achava que ia me bater. Mas estou aprendendo que com ela não preciso ter esse receio. Encontrei uma família feliz e uma mãe humana que me ama e cuida de mim.

Zeus – Pôxa Mila, estou impressionado com sua história. Você também é muito valente.

Mila – Olhe Zeus, histórias como a minha e até piores, são muitas. Lá no CCZ, a gente fica conhecendo tantos animais que sofreram ainda mais que eu... Aqui mesmo dentro de casa, tem outra história que você vai achar cruel. É a do Duquinho. Minha mãe chama o Duque assim... au au. Mas essa eu vou deixar ele te contar.

Duque – Meu amigo, não quero que fique impressionado coisa nenhuma. Tive a sorte de ser resgatado pela nossa mãe humana, Rose. E isso é o que importa.

Nós te achamos lindo, Duque!!
Zeus – É verdade, Duque. Mas de onde você veio? Qual a sua história, amigão?

Duque. Auuuuuuuuuuuuu. Desculpe Zeus. Estou um pouco velho e sinto muito sono. Agora que estou mais idoso é que consegui finalmente ter um pouco de paz e muito amor. Minha vida nunca foi fácil. Eu morava no município de Serra. Minha mãe também foi longe para me adotar. Eu estava condenado à morte. Queriam me matar a pauladas, só porque sou velho e me achavam feio. Cain, cain, cain. Fui resgatado e fiquei em um lar temporário para ser adotado. Não gosto de me lembrar dessa história. Não enxergo muito bem e tenho problemas hormonais. Mas hoje sou amado, respeitado e bem cuidado. Zeus, vou deixar a Nina falar com você, porque ela não para de me morder e de puxar minha orelha. Não aguento esse filhote.

Esse Duque é um charme, não é não?
Zeus – Duque, parabéns pela sua nova família. Espero que, daqui pra frente, tudo seja muito bom na sua vida. Você merece, ‘cãopanheiro’.

Nina – Agora sou eu? Agora sou eu? Posso falar? Au au au au au au. Sei sentar, Zeus. Quer ver? Quer ver?

Zeus – Nina, você é super ativa, garotinha. Pode falar. Onde sua mãe humana te encontrou.

Nina – Eu estava pelas ruas. Não sei direito onde. Mas sou daqui mesmo, de Cachoeiro de Itapemirim. Quando a minha mãe me achou eu era ainda menor. Me sentia sozinha e com medo. Mas não sabia que ficar na rua era tão perigoso. Ficava vendo muitos humanos passando e queria que brincassem comigo. Eu sentia mesmo era muita fome. Mas também dormia muito. Acho que sou ainda mais sortuda, porque minha mãe me adotou novinha. Hoje escuto meus ‘cãopanheiros’ contando suas história e vejo o quanto eu poderia ter sofrido. Já está bom, Zeus? Agora podemos brincar?

Zeus – Au au au. Qualquer dia vou te visitar e vamos brincar muito. Tenho alguns brinquedinhos que acho que vai gostar. Galera, me despeço por aqui. Obrigado por terem contado para mim a vida de vocês e espero conversar com todos em outra oportunidade. Mandem o meu abraço apertado e canino para a Mimi, a Perla e o Bobinho, ok?

E o restante da família?

Essa família é muito grande e muito bonita. Conhecemos um pouco da história desses três cães vitoriosos, mas a família ainda tem a Perla, uma Chow Chow que a Rose ganhou de uma amiga. A Mimi é uma Lhasa Apso e é considerada a lady da casa. E o Bobinho é filho da Mimi, que ao contrário da mãe é o estressadinho da família. Rsrsr. Isso significa que na verdade a Rose já é avó!!!!

De acordo com Rosemery, a Perla é a mais reservada de todas, mas muito carinhosa. “A Perla é na dela, mas basta eu chegar que tenho que me abaixar para ela lamber minha orelha. Isso é nossa rotina diária. Adora carinho na barriga e nas orelhas.Todos os dias de manhã ela vai na beirada da cama e me dá uma patada  no rosto com carinho. Acho que quer dizer: Mãe, você não vai se levantar?  Estou apertada e com fome. E ela adora ficar na frente do ventilador.”

Perla, a mais reservada da família.
 Já a Mimi foi um presente que a Rose decidiu dar para a filha, quando esta teve um problema de saúde. “A Mimi foi um presente que dei a minha filha quando ela ficou muito doente. Pesquisando sobre sua raça descobri que seria ideal. O comportamento da minha filha mudou muito. Ficou mais responsável, cuidadosa, mais amorosa e começou a ver a vida com outros olhos.  Onde ia, levava a Mimi. Se tornaram muito unidas.”

Há um ano a Mimi deu um susto na família e quase morreu. A Rose contou que a veterinária chegou a tirar as esperanças de todos. Rosemery mais uma vez tomou a frente e pediu à veterinária para medicá-la em casa. Muita obstinação, cuidado e amor, e a saúde da Mimi foi restabelecida. “Eu deitava com ela na cama e a ninava no colo. Cantava, rezava e dormia abraçadinha com ela. Dava os medicamentos rigorosamente. O amor faz milagres quando é verdadeiro.”

A lady da casa merece mesmo esse título. Mimi estilosa.
 E claro que depois que a Mimi teve um único filhotinho, todos se apaixonaram e ficaram com ele. A Rose teve até proposta para vendê-lo. Mas sua resposta foi rápida: “filho não se vende”. O Bobinho, segundo o relato da Rose foi castrado e adivinhem? Não ficou mais calmo. Rsrs. “O danadinho é impossível. Super ativo. Nem castrando melhorou. Ao contrário, ele piorou.”

O Bob é o filho travesso da Mimi. Travesso e lindo!

Mimi e Perla.

“Minha estrela do céu”

Luquinha, o companheiro de muitos momentos.
 Deixamos o Luquinha por último, mas não por ser menos importante. Ao contrário. A Rose ressalta que esse poodle que ela diz que é a sua ‘estrela do céu’, foi seu companheiro de todas as horas. Ganhou quando ainda era um filhote e fez parte da sua vida durante 18 anos.

Não poderia deixar de enviar a foto do meu pequeno anjo, que nunca será esquecido. O meu Luquinha não poderia ficar de fora. Foi o companheiro que esteve ao meu lado em todos os momentos. Quando tive câncer ele se deitava ao meu lado e ficava quietinho. Mesmo estando cego, quando eu ia para o banheiro ele se levantava e me seguia. Nunca me abandonou. Nada mais justo essa homenagem ao meu lindo. A receita você já sabe ...AMOR!”

Rose concluiu nosso bate papo falando sobre todos os seus cães com palavras que deveriam ser aprendidas por todos aqueles que insistem em maltratar ou abandonar os animais.

Todos eles são especiais. Cada um tem algo diferente do outro. Mas o amor é inexplicável. São amigos fiéis. Nos amam por serem anjos de Deus. Se me perguntar se eu faria isso tudo novamente, eu respondo: tudo!”

Bem, para quem sentiu falta de uma imagem da Nina, a Rose explicou que ela não para um segundo para posar para fotos. A gente fica esperando uma foto depois, não é? 

No mais, acho que depois de tanta história emocionante, nada a declarar.

Até mais ver.