Já pensou em contratar uma babá para o seu bichinho?
A atividade tem se tornado bastante comum em muitas cidades brasileiras
Atividades em ascensão:
babá e passeador de pets. Proprietários cada vez mais exigentes com o bem-estar
dos seus bichinhos. Afinal, os animais podem até serem simplesmente cães ou
gatos. Mas os proprietários se autodenominam, muitas vezes, como pai e mãe dos
seus pets. A relação com a família está mais próxima. Enfim, combinação
perfeita. O mercado pet é estimulante para quem quer investir no comércio ou
prestação de serviços. E com isso, os donos de animais contam com mais
competitividade e qualidade no segmento.
A entrevista hoje é com
duas profissionais do setor. Camila Medina Braga e Érika, que resolveu adotar
um sobrenome sugestivo para sua profissão: Cãovívio.
Camila Medina Braga – Profissão: PET SITTER
Camila Medina e seu cliente, o labrador, Acran |
A Camila mora em Belo
Horizonte, tem 27 anos e está terminando o curso de Medicina Veterinária. Sua
afinidade com animais parece que é algo que sempre a acompanhou. “Escolhi fazer veterinária porque
sempre amei animais. Gosto de lidar com eles, poder ajudar um ser tão indefeso,
proporcionar uma qualidade de vida melhor. Salvar uma vida é uma coisa
maravilhosa.”
Pode parecer estranho que uma
estudante no último ano do seu curso esteja trabalhando como pet sitter. Mas
não. Vamos ver que tem tudo a ver e que isso a mantém ainda mais próxima da sua
paixão: os animais. E apesar do amor, a coisa não é uma brincadeira. Ela e
todos os profissionais do segmento pet, tem buscado por muita profissionalização
e informação.
“No início,
comecei prestando meus serviços a amigos, familiares; nada profissional. Isso
já tem cerca de três anos. E o resultado foi muito positivo, pois os animais,
na ausência dos “pais”, reagiam muito bem à minha visita, pois eu os atendia em
casa, sem mudar muito a rotina deles e minimizando a falta dos pais. Então
pensei e comecei a ver que isso podia ser uma profissão. Neste ano, comecei a
pesquisar mais sobre a profissão de pet sitter, buscar informações e dicas de
profissionais em outros estados e comecei a me profissionalizar. Contratei uma
pessoa para me assessorar juridicamente e elaborar um contrato de serviços, e
uma outra pessoa para me ajudar a divulgar o meu trabalho. Minha assessora de
comunicação, Luisa Naves, me ajudou a desenvolver um site (www.petsitterbh.com.br) e uma Fanpage (www.facebook.com/camilapetsitter).
O meu objetivo era manter nossos seguidores (clientes e pessoas que gostam de
animais) sempre atualizados com notícias do mundo animal, novidades, artigos
com diferentes casos clínicos, dicas sobre como educar seu pet, comportamento
animal, entre outros. Fizemos também materiais de divulgação e contato com a
imprensa como sugestão de pauta sobre esse trabalho em crescimento em Belo Horizonte”.
Camila
Medina - Sim, claro!
Todos os meus animais são adotados e não têm uma raça definida. Tenho três
gatas (Alice, Cleo e Ana), um gato (Froid), um cãozinho (Aroldinho), e uma
cadela (Shaiene). Minha gatinha Cleo adotei quando a conheci numa ONG e vi que
ela tinha um problema neurológico. O diagnóstico não foi fechado, mas existe a
suspeita de ser hipoplasia cerebelar ou toxiplasmose.
Cãopetente – Além dos seus, de quantos animais você cuida hoje em dia?
Camila
Medina - Hoje atendo
mais de 20 famílias e espero realmente poder atender muito mais!
Camila
Medina - Quando vou a
casa do cliente pela primeira vez, a minha preocupação é cativar o pet, passar
uma boa energia a ele, formar uma amizade. Para que isso ocorra, me coloco no
mesmo nível que ele, sento no chão ou ajoelho e deixo que ele se aproxime de
mim, em seu tempo, porque não quero criar uma situação de estresse ou de
invasão territorial. A primeira visita é sempre para eu poder conhecer o
proprietário e seu(s) filho(s). Eu faço a higienização do ambiente, das
vasilhas de água e comida, repondo ambas, brinco, dou atenção, carinho,
passeio, dou banho, faço controle de vermifugação e vacinação e, quando
necessário, levo o pet ao veterinário de confiança da família. Permaneço na
residência por uma hora e o número de visitas depende da necessidade do animal
e da família.
Camila Medina - Cuido de cães,
gatos, passarinhos, aves ornamentais, tartarugas. Posso cuidar também de peixe,
chinchila, hamster e outros.
Cãopetente - Você sente que seus clientes depositam maior confiança em seu
trabalho pelo fato de praticamente ser uma veterinária formada? Ou acredita que
isso não interfere?
Camila
Medina - Conta
bastante na escolha, principalmente em casos que o animalzinho é idoso, faz
tratamento, toma medicação controlada.
Cãopetente - Quais as vantagens de se contratar os serviços de uma babá? Vantagens para os animais e para
os donos.
Camila
Medina - Contratando
uma babá, o pet não sai do seu ambiente, é mantido na sua rotina, não é
necessário confiná-lo em gaiolas, não tem contato com outros animais. Para os
filhotes, o maior benefício é mantê-lo na própria residência, já que seu
organismo ainda não é imunocompetente para “defende-lo” de bactérias, vírus,
protozoários. Assim, o animal tem muito menos estresse. Para os proprietários
também dá muito mais conforto, comodidade, tranquilidade, uma vez que seus
“filhos” estarão dentro de casa, seguros, e muito bem cuidados.
Cãopetente - Você observa mudança positiva de comportamento em seus clientes,
nesse caso nos animais, depois de sua ida rotineira em sua casa?
Camila Medina - Com certeza! Uma das famílias que eu atendo me disse que, como o cachorrinho ficava sozinho em casa boa parte do dia, quando os pais chegavam cansados, o animal estava extremamente ansioso, exageradamente feliz e inquieto. E com o trabalho de pet sitter, eles chegam em casa e são recebidos com muito mais carinho, e de forma mais tranquila. Assim, eles podem curtir mais o “filho”, sabendo que ele foi bem cuidado.
Camila dedicando cuidados especiais com a alimentação do filhote |
Outro caso interessante foi de duas
cadelas que atendo, a Musse e a Lua. No início, a Musse corria quando via a
coleira e a Lua, quando ia passear, tornava o momento de lazer e diversão em um
estresse. Ela não relaxava, latia para todos os outros animais da vizinhança.
Com paciência, tempo, perseverança e confiança, vencemos essas dificuldades!
Hoje a Musse passeia como uma “lady” e a Lua aproveita mais o momento de
passeio! Cuido também de um Labrador, Acran que era obeso. Se cansava à toa,
não tinha muita disposição para brincar. Passei algumas dicas para os pais em
relação à dieta, e hoje ele está em ótima forma! Mais ativo e mais saudável!
Cãopetente - O seu serviço é mais procurado por pessoas que trabalham durante
todo o dia e não gostam de deixar os animais sozinhos ou por aqueles que viajam
em feriados, férias, algo assim, para cuidados eventuais?
Camila
Medina - As pessoas
que vão viajar, mesmo que seja por um período mais curto, são as que mais me
procuram. Também me procuram aquelas interessadas em que eu dê o banho na
residência.
Cãopetente - Qual o investimento que as famílias precisam fazer para contarem
com o seu trabalho?
Camila
Medina - O valor
varia com a localidade e com a demanda do proprietário, mas gira em torno de
R$40,00 a R$ 60,00, tendo também um plano mensal de R$ 450,00.
Cãopetente - Como é firmada a sua contratação? De maneira informal, ou você
possui um contrato de prestação de serviços?
Camila
Medina - A visita é
firmada mediante um contrato. Conforme falei antes, tive apoio de uma advogada
para elaborá-lo.
O Fred vai ficar com os ouvidos limpinhos! |
Camila
Medina - O contrato é
para a segurança do cliente, do animal e minha. É para resguardar todas as
partes envolvidas. Ele prevê as minhas obrigações e as do cliente, como será a
minha forma de acesso à casa, o tempo de duração das visitas e os valores.
Cãopetente – Está claro que gosta bastante dos animais. Fale um pouco sobre o
prazer que tem em trabalhar com pets. E o que pretende fazer depois que
concluir seu curso de medicina veterinária.
Camila Medina - Desde pequena, eu amo animais. Muitas vezes peguei cachorrinho e gatinho na rua, levava para casa da minha avó, cuidava e colocava para adoção. Tive até problemas de pele por ter contato com animais, que supostamente estavam com alguma zoonose, mas isso nunca abalou a minha vontade de cuidar deles. Eu amo estar com eles. É uma amizade verdadeira, um companheirismo inigualável. Eles são muito fiéis. São capazes de transformar o pior dia que você teve em um paraíso! Basta uma lambidinha no rosto, um rabinho balançando demonstrando a alegria de te ver, um olhar que te diz: “eu estava aqui te esperando”! Não tem coisa melhor! Poder prestar socorro a um pet que foi abandonado, ou que está ferido, literalmente não tem preço. Depois de formada, continuarei sendo uma pet sitter, uma babá de animais. Conquistei famílias, que não quero me afastar.
Quem mora em Belo Horizonte e quiser
entrar em contato com a Camila pode acessar os seguintes endereços: www.petsitterbh.com.br e www.facebook.com/camilapetsitter.
Os créditos das fotos de Camila são de Luisa Naves.
Érika Cãovívio –
Profissão: PET SITTER e DOGWALKER
Olha a Érika no seu 'Cãovívio' com um lindo cãozinho. |
Érika, 37 anos, mora em São Paulo e não possui uma motivação tão
diferente da Camila. É obviamente necessário que se ame muito os animais para
trabalhar na profissão. Desde maio deste ano de 2013, ela presta serviços de
babá e passeadora de cães. As profissões amplamente divulgadas na língua
inglesa, tem crescido muito nas cidades brasileiras. Exige muita
responsabilidade. E o mais interessante é que parece que não é só o retorno
financeiro que motiva as pessoas. A satisfação em lidar com animais tem se
mostrado recorrente em depoimentos de profissionais que atuam nas diversas
atividades do segmento pet. Érika também trabalha mediante contrato com seus clientes.
Claro que a pet sitter também possui seus
amigos de estimação. “Tenho uma cachorra resgatada da rua que atualmente está
com 10 anos (vira-lata), e uma Calopsita fêmea também com 10 anos. A
cachorrinha se chama Pic e a Calopsita, Quindim. Nós pensávamos que era macho,
até fazermos a sexagem (risos). Convivo com animais há muitos anos. Precisamente
desde meus seis anos de idade”
Cãopetente – Onde você atua?
Érika - Atendo a Região Oeste de São Paulo, abrangendo
os bairros de Alto de Pinheiros, Perdizes, Pinheiros e Vila Madalena.
Cãopetente – Porque escolheu
essa profissão?
Érika - Há muitos anos
eu queria trabalhar com animais, mas não teria condições de ser veterinária. Me
apego demais aos bichinhos e me comovo fácil com o sofrimento deles. Mas neste
ano resolvi "virar a mesa", abandonar a profissão de formação e
começar realmente a trabalhar com minha maior paixão: os animais.
Cãopetente – Qual o perfil das
pessoas que lhe procuram?
Esse cliente é um gatinho, ou não é? |
Érika - O perfil dos
clientes que procuram o serviço de dogwalker é de pessoas que passam o dia todo
trabalhando, não querem deixar seus animais sozinhos em casa e querem que os pets
se exercitem. Já os clientes que procuram o serviço de pet sitter, são pessoas
que vão viajar e querem que alguém de confiança cuidem, na sua própria casa,dos
seus pets.
Érika - Meu serviço de dogwalker
consiste em passear com o animal por, no máximo 50 minutos, nas redondezas da
residência do dono, proporcionando bem-estar e saúde ao mesmo.O passeio deixa o
animal visivelmente mais feliz e disposto. Se o dono tiver interesse, durante o
passeio alguns comandos básicos de adestramento podem ser utilizados.
Como pet sitter visito o animal na residência do dono, levo para
passear, troco água,reponho comida, brinco,dou carinho e higienizo o ambiente. Se
for gato,como não saem para passear, o trabalho é o mesmo, mas com outras
atividades tais como pentear os pelos, limpar os olhinhos (dependendo da raça),
trocar a caixa de areia etc.
Cãopetente – Cuida apenas de
cães e gatos ou inclui animais silvestres?
Érika - Cuido
basicamente de animais domésticos, tais como cães, gatos, pássaros, chinchilas, coelhos
etc. Por enquanto não cuidei de nenhum animal silvestre, mas se um cliente
precisar fico à disposição.
Érika - As vantagens de
contratar tanto um dogwalker quanto uma pet sitter são infinitas. Diminui a
solidão do animal, ele interage com o ambiente externo e com outros animais, se
distrai, se exercita, recebe muito carinho e atenção.
Todo animal, mesmo que more em casa e tenha um jardim à sua disposição
tem que passear, pois o passeio melhora muito sua qualidade de vida!
Cãopetente - Você observa mudança positiva de comportamento em seus clientes,
nesse caso nos animais, depois de sua ida rotineira em sua casa?
Érika - Alguns clientes
comentam que os animais ficaram mais dispostos com a minha visita, pois
deixaram de se sentir sozinhos com a ausência do dono. Ficam mais calmos,
confiantes e menos carentes também. Escolhi fazer o serviço de pet sitter no
domicílio do dono do animal para proporcionar ao pet o maior conforto
possível, sem tirá-lo do ambiente que está acostumado.
Ficou
interessado nos serviços da Érika?
E-mail: contato@caovivio.com.br
Celular : (11) 9-8291-5157
Fan Page: https://www.facebook.com/caoviviosp
Site: www.caovivio.com.br (em breve estará no
ar).
Quem deixa seus animais
com profissionais como esses, precisa ter muita confiança no trabalho oferecido.
Afinal, é possível identificar sinais diferentes em nossos bichos, mas eles não
falam, não é mesmo?
Logo, ter o cuidado de sempre
procurar por referências, por pessoas que já utilizam o recurso e sempre
observar o comportamento do seu animal, são iniciativas importantes. Com a
contratação dos serviços de dogwalker ou pet sitter, o que se espera é que o
dia a dia do animal seja mais feliz e dinâmico. O ideal é que ele reaja de
maneira mais feliz, pois não fica sozinho o tempo inteiro, pratica alguma
atividade e, dessa forma, fica mais distante dos sintomas de ansiedade de
separação, para citar um exemplo dos benefícios para o animal. O fato é que tomadas todas as precauções necessárias, os
serviços são de grande utilidade e muito bem-vindos diante da necessidade de
deixar o pet sozinho.
Encontrei um site, http://www.babadeanimais.com/p/cadastro-de-pet-sitters.html,
que cadastra gratuitamente o nome e email de profissionais como a Camila e a
Érika pelo Brasil . Legal conferir.
Para a semana?
Parceiros
Cãopetentes, a próxima semana será dedicada a ‘historinhas’, daquelas que o Zeus gosta de ouvir. A primeira de uma
cadelinha chamada Molly que tem uma vida de rainha. Linda e faceira, vamos
mostrar como é seu dia a dia com sua mãe, Lara Faria Santos. Essa entrevista
vai ter uma super novidade. Uma surpresa incrível.
A
segunda será com Márcia Okabayashi, cuja profissão original é de psicóloga. Na
sua infância e adolescência nunca apresentou quaisquer afinidades com animais
de estimação. Natural de Belo Horizonte, foi morar nos Estados Unidos e
descobriu um amor incrível pelos animais. Hoje, adestradora e amante dos cães,
sempre tem a casa cheia e não abre mão do convívio com eles.
Não
percam!
Até
mais ver.