Minhas AUnotações...
Acordei feliz. Aliás, acordo sempre muito feliz. Tenho uma vontade enorme de brincar e um desejo interminável de passear. Quando estou assim, à toa, sem fazer nada, ou me lembro dos meus melhores passeios ou começo a refletir sobre algumas coisas da vida. Isso mesmo. Sou um labrador, mas gosto de pensar sobre questões existenciais. Também aprendo essas palavras diferentes escutando minha ‘dona de estimação’ falando sobre diversos assuntos.
Eu me considero um cão bastante feliz. Tenho casa, família, brinquedos,
ração gostosa, petiscos variados, minha dona vive cuidando da minha saúde e limpeza. Às vezes até como alguns legumes e frutas que
ela diz que não fazem mal para a minha saúde. De vez em quando ganho carne de frango cozida, mas sem tempero. Mas também eu não sei o gosto que tem esse tal de tempero... Como tudinho e do jeito que vem para mim. Hummmmm. Lamb, Lamb... Agora prometeu que vai
fazer sorvete de melancia. Ela viu isso no Facebook e até postamos a dica na nossa página. Ela adora pegar receitas
na internet. Tanto aquelas para os humanos, quanto as que eu posso provar. Só
que já me avisou: “Zeus, açúcar, nem
pensar”. Já sei, já sei. A melancia chegou. Uma bola imensa e pesada. Queria brincar com ela, mas estou esperando esse sorvete.
Começo a falar de comida e esqueço do resto. Se eu latir
sobre os meus passeios então... au au au, aí nem paro. Antes de ter o
Cãopetente, eu não tinha muita informação sobre a tal ‘vida de cachorro’ pelo mundo afora. Eu
pensei que todos vivessem como eu. Sempre vi alguns amigos vagando pelas ruas,
mas podia apostar que eram cães mais livres,
que tinham a permissão dos seus pais humanos para passearem sozinhos. Até
ficava chateado com a minha ‘dona de estimação’ por nunca me deixar sair
sozinho. Sabe como é, né? Estou crescido, já tenho quase dois anos, sei que já
sou um cão adulto, apesar de ela dizer que não passo de um cachorro adolescente, desobediente e filhotão. Auf, auf. Quero sair, conhecer cadelinhas charmosas, namorar, mas
aqui em casa as regras tem que ser respeitadas. Depois que comecei a ver que as
coisas não são como eu pensava, entendi a minha dona.
Vejo que muitas
pessoas abandonam e maltratam os animais. E isso me deixa muito triste. Mas
também estou conhecendo vários cães e gatos que teclam comigo de vez em quando
e que tem sorte como eu. E por isso me lembrei do meu amigo Alvin. Desde que os
pais dele curtiram minha página no Face, que praticamente todos os dias a gente
interage. Au, au... Lembrei-me de
quando vi o Alvin pela primeira vez. Aquela
foto que a ‘mãe’ dele me mandou, quando ainda era um filhotinho... Acho que
estão no meu álbum de fotos. Vou buscar e espalhar por aqui.
- Olha essa. Ele filhotinho. Não é que o cãomarada era fofinho?
- Será que eu contei para o Alvin que também já aprendi esse truque de dar a patinha? Os humanos adoram isso...
- Olha o cara que metido no skate. au au au.
- Hum, mas ele não parece que está muito feliz tomando banho... kkkk
Chega de fotos. Voltando para minhas AUnotações...
Alvin é um amiguinho bem bacana. Mas só aqui nas minhas
AUnotações tenho coragem de confessar um segredo. Minha dona achou o Alvin tão
lindo que fiquei com ciúme. Fico até envergonhado de quando o chamei para um
papo de macho para macho. Na verdade não era para briga, porque não sou disso. Mas
queria saber sua real intenção com minha 'mãe humana'. Que bobagem. Cainnnn. Agora é meu amigão. Eu diria
que faz parte da família Cãopetente. Au, au,
auuuuuuuuu. Batemos um bom papo e ele me contou sobre sua vida. Foi
quando comecei a entender melhor como os animais de estimação podem alegrar a rotina
dos humanos. E o contrário também, é claro.
É, meu cãopanheiro Alvin. Não me esqueço quando disse o
quanto ficou feliz quando viu seu pai humano pela primeira vez.
Parece que estou escutando você latir. “Meu dono olhou pra mim e eu olhei
pra ele, mas eu nem sabia caminhar direito. Mesmo assim fui para o seu lado, meio
cambaleante. Ah Zeus, quando ele soube que eu estava para adoção disse que era a mim que gostaria de levar para casa depois de 45 dias. Esse tempo era porque eu precisava ficar ao lado da minha mãe canina
para amamentar. Você sabe, né? Mas ele também disse que ia ter que consultar a esposa antes. Pois eu
era marrom, mesclado de preto, e não da cor que ela queria... Quanta ansiedade”.
A tia Ivonet, a dona do Alvin, ainda
sofria com a morte do outro cãozinho que tinha, que era todo pretinho e se
chamava Panda por causa de uma mancha branca no peito. O Alvin me contou que
antes dele, ela dizia que nunca mais queria ter cachorro, bla bla bla, au au
au, como muitos seres humanos dizem. Mas não resistem. Afinal, a verdade é que quem gosta de animais não consegue ficar muito
tempo sem eles. Resistiu uns seis meses e quando foi lá com o tio Paulo para
conhecer o Alvin, o óbvio aconteceu. Amor à primeira vista. Já tinha até
escolhido o seu nome... Os humanos acham que sabem tudo, mas não conhecem
nossos métodos infalíveis de conquista. O Alvin já nasceu sabendo.
Há uma coisa sobre a relação que temos com outros seres que eu não sabia. Quando
eu contei para minha ‘dona de estimação’ a história do Alvin e de como ele tinha ido morar
na casa da tia Ivonet e do tio Paulo, disse que ele estava indo para
substituir o Panda. Daí ela me explicou que não se trata de substituição. E que
todos que amamos ocupa um lugar único e especial, que ninguém toma.
Ela disse que quando alguém novo chega para fazer parte do nosso dia a dia, é como se fosse mais uma peça para preencher o quebra-cabeça da vida. Cada um ocupa o seu próprio lugar.
Quando não há mais espaço para completar é porque já cumprimos nossa missão.
E aí, a gente encontra os nossos amigos em outro mundo. Achei bonita essa
história. Acredito nela. Constatei que eu já tenho algumas peças no meu
quebra-cabeça e algumas eu conheci por causa do meu blog e da minha página do
Facebook. Mas os maiores, mais legais, aqueles que representam tudo na minha vida, são os meus 'donos de estimação', que eu amo incondicionalmente. E recebo esse mesmo amor, principalmente da minha dona. Acho que se ela soubesse e pudesse até latiria comigo. au au au. Legal, né?
Fico aqui me recordando das confidências que o Alvin fez. Mas essas eu
não posso contar, pois sei guardar segredos. Comentou um pouquinho sobre a vida
dos seus pais humanos e que ele faz de tudo para preencher seus dias com muita alegria e
amor. Que feliz é o Alvin! É filho único e muito querido por todos. Sempre
latindo feliz, dizendo que seus pais humanos são muito legais; que brincam,
passeiam e se divertem com suas travessuras. Farejei logo: ele até se aproveita
da situação para fazer mais bagunça do que pode. Au au au. Meu amigo é um ano mais velho que eu, mas acho que se eu
sou um filhotão, ele também não fica atrás.
Nós cães e também os gatos e todos os animais de estimação gostamos
tanto dos nossos donos que muitas vezes perdoamos até mesmo quando estão bravos
e descontam a raiva em nós. Isso não é legal e eu não entendia muito bem. Mas
minha dona também me ensinou que o que possuímos é aquele amor
incondicional que falei antes. E que muito ser humano sabe o que significa, mas nunca sentiu. Pelo
menos nós dois, eu e o Alvin, somos muito bem recompensados por dar esse amor.
Também somos muito amados e respeitados.
Bem, acho que vou deixar de lado minhas AUnotações e vou ver se o Alvin
está on line. Falei tanto nele que bateu saudade e vontade de levar um Pet a Pet. Pôxa Alvin, por que é que você
foi morar tão longe, nesse estado com nome de santa? Santa Catarina, não é isso? Queria mesmo era brincar com
você e com o seu irmão. Que sorte, hem! Ter um irmão morando na casa em frente
à sua! Ah, vou aproveitar e perguntar se ele sabe do paradeiro das suas três
irmãs.Quem sabe arranjo mais um motivo, além do Alvin, para pedir a minha dona para
visitarmos Joinville?
Olha só, achei mais fotos do Alvin... Gosta de fazer pose, o cachorro... au au au au. Vou ter mesmo que falar com ele, pois quero saber quem é que ele queria conquistar com aquela rosa na boca... au au.
Bacana essa foto com a tia Ivonet e o tio Paulo. |
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