quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Acho que não quero mais outra vida...

Mar, areia, 'quintalzão'!



Eu tardo, mas não falho! Vou hoje contar como foi o meu primeiro contato com a praia. Para começar, nunca vi uma represa tão grande feito o mar! Não consegui encontrar o fim. No início fiquei achando que aquelas águas tinham algo contra mim. Mal uma onda estourava, vinha outra para me pegar. Mas observando as outras pessoas entendi que o mar é assim mesmo. É feito um cachorro que gosta do dono. Fica lambendo a gente o tempo inteiro. Até gostei. Comecei a pular aquelas ondas e me diverti à beça! Corri delas e atrás delas.



A areia também é tanta que nem quis enterrar meu osso por lá. Acho que diante de um lugar tão grande, nem meu faro ajudaria a encontrá-lo novamente. Mas me refrescar no mar e depois me enrolar na areia era a brincadeira predileta. Coitada da mamys, Não era nada fácil tirar, durante o banho, toda aquela areia que agarrava no meu pelo.



Minha 'dona de estimação' me levava para a praia bem cedinho. Depois que eu brincava um pouco, ela me deixava em casa, me dava banho de mangueira, secava e voltava para a praia sem mim. Cain... Me explicou que o sol quente não me faria bem. Que a areia poderia queimar minhas patinhas... Mas se eu não podia, por que ela ia? O sol faz mal apenas para os cachorros? Tenho que perguntar isso a ela. Inclusive, antes de sairmos de casa, ela até passava um creme branco na ponta do meu nariz, nas minhas orelhas e na minha barriga, que tinha como objetivo proteger minha pele contra os raios solares. Com essa proteção eu sinceramente acho que poderia ter ficado mais tempo na praia. Aff.

Extintor de incêndio na praia?


Eu sou um cachorrão um pouco possessivo, vocês sabem né? Minha 'dona de estimação' está me corrigindo e eu estou aprendendo. Mas o meu objetivo é proteger as pessoas e os nossos locais, ora bolas. Quando conheci a praia, pensei que aquele lugar seria só meu. Quando chegamos, o salva-vidas logo de cara nos deu as boas-vindas e disse que não haveria problema eu curtir uma prainha. Oba!!! Mas pensei que só ficaríamos eu, minha família, o salva-vidas e pronto. Que nada. Tanta gente caminhando de lá pra cá, inclusive passeando com alguns cães. Enquanto eu ficava solto, apenas corria pela areia e brincava na água. Quando alguém se aproximava, assim como o salva-vidas eu também dava minhas boas-vindas. Corria alegremente até as pessoas e fazia todo o ritual de acolhimento: rodar, pular, correr... Uns adoraram. Fiz alguns amigos. Mas outros... Pensei que estivesse agradando a todos, mas não. Algumas pessoas ficavam com medo de mim, mais uma vez com a desculpa de que eu sou grande e assustador. Tem hora que eu gostaria de encolher, pra ver se as pessoas param de ter medo. Mas isso não tem jeito, não é mesmo?



Diante disso, mamys fez o seguinte: quando a praia estava vazia, me soltava e me deixava brincar livre. Quando surgiam outras pessoas, colocava a guia e brincava comigo, tanto na água, quanto na areia. Aí já viu, não é? Algo acontece e não sei explicar. Mamys deixa a guia frouxa, conforme aprendeu, para não passar nenhuma mensagem de tensão para mim, mas não adianta. Impliquei principalmente com os vendedores ambulantes. Eles chegavam, eu me armava todo e latia, latia, latia... Mamys sabe que lato porque quero brincar com essas pessoas. Porém alguns humanos não sabem e eu fico com a fama de mau.



Não havia muito tempo para técnicas mais demoradas que me fizessem entender que aquela atitude em nada me ajudaria. Então foi o extintor de incêndio mesmo. Ele foi, por exemplo, a única, das inúmeras tentativas que me ensinou a não ladrar para tudo e todos que se aproximam do carro enquanto eu estou dentro dele. Antigamente eu latia para qualquer coisa quando passeávamos de carro. Até quando ultrapassávamos outro veículo eu fazia um verdadeiro escândalo. Agora não. Passeio tranquilamente.

Então o extintor foi a opção escolhida para que eu tivesse o mesmo entendimento em relação às pessoas na praia. Por um lado, nos divertimos observando  a cara de estranhamento das pessoas quando viam o meu 'dono de estimação' carregando aquele extintor nas costas pela praia. Algo bem diferente e inusitado, não é? he he he. O apelidamos de 'bombeirão da praia'. Ele não gostou muito, mas nós rimos bastante. E isso funcionou. Para não assustar aqueles que temem cães de grande porte, mamys continuou a me prender na guia. Quando alguém se aproximava e eu já me preparava para ladrar, o extintor era acionado. Comecei a ficar quieto e respeitar o comando de senta e fica, enquanto as pessoas passavam. Ela queria me gratificar por isso, me dando petiscos. Mas eu não quis. Afinal, meu grande prêmio era estar ali naquele lugar lindo.

Matilha, mas vale lembrar que existe técnica para usar esse equipamento. Inclusive, não é qualquer extintor de incêndio, tá bom? Também não pode jogar aquela 'fumaça' direto no meu focinho. E essa é uma alternativa extrema, geralmente utilizada para separar briga entre cães. Existem outras maneiras para ensinar. Só que como o tempo era curto e mamys não queria me deixar preso em casa, resolveu apelar logo para algo mais rápido. No entanto, antes de tentar quaisquer técnicas de adestramento, peça orientação a um profissional. E de adestramento inteligente. Já falamos sobre isso aqui. Técnicas que não usam a força, nem a violência, ok?

Meu primeiro dia

Quando vou passear em represas e rios, além de nadar, mato minha sede com suas águas. Mamys já havia dito que água do mar não se bebe, pois é muito salgada. Quis constatar, é claro. Bebi água com sal até não aguentar mais. Cuspia um pouco. Bebia mais. Resultado? Fiquei meio mareado, me sentindo enjoado. Minhas garrafinhas com água doce estavam lá. Mas não quis saber delas enquanto estava na praia. Era muita novidade e eu não queria perder tempo. Chegamos em casa, mamys insistindo para que eu bebesse água e eu teimando. Conclusão: a principal é que não vale a pena desobedecer mamys. Água salgada pode desidratar. Juntou tudo. A água do mar, meu cansaço da viagem, eu ainda estava refazendo meu horário de alimentação... De repente muito enjôo e diarréia. Tudo resolvido prontamente com a ida breve à veterinária, aquela picadinha com medicamento para acabar com meus enjoos, muita água de coco, canjinha de galinha e de um dia para o outro eu já estava ótimo e totalmente recuperado. Mas aprendi que água na praia só se for aquela da garrafinha ou de coco.



Outras aventuras

Minhas férias foram incríveis. A casa onde ficamos tinha piscina, um lindo quintal com uma grama deliciosa, muito passarinho, sombra de árvore e gente bacana. Além do vovô,  da vovó e da Cristal, os amigos de mamys me adoraram. Brinquei com todos que nos visitavam  e com aqueles da casa. Não precisava ficar preso. Só quando chegavam eu ia para a varanda para que eu não assustasse ninguém com minhas boas-vindas. Não entendo por que não posso pular nos amigos quando chegam. Eu só tento mostrar o quanto estou feliz com a presença deles ali. Mas sabe que alguns amigos até gostaram? Eu ouvia quando diziam para mamys: 'deixa ele pular. O que é que tem?' Mas mamys não deixa, senão eu nunca vou entender o que é certo e errado. Tanta regra... Conheci muita gente legal e que gosta de cachorro! Au au au au au



Quando as pessoas se esqueciam um pouco de mim, eu usava uma técnica infalível. Chegava de mansinho, sem ser observado, pegava sorrateiramente um chinelo da pessoa, tomava uma boa distância, olhava bem nos olhos da pessoa e adivinhem? Claro que assim, todos se levantavam pra correr atrás de mim. Sempre dava certo. Esse pessoal é bem apegado aos chinelos. Cada um com sua mania, não é? Mas teve um dia que dei uma canseira tão grande em todos que acabaram com minha alegria. Pegaram todos os chinelos e colocaram em cima do carro. Sem graça.



Na piscina não entrei. Achei aquele negócio meio estranho. Adoro nadar, mas em todos os lugares que fui, a água fica no mesmo nível do chão. Olhei para aquela 'banheirona' e pensei: como vou sair depois? Mamys tentou me ensinar, mas não insistiu muito. A piscina não era cercada e ela teve certeza que se eu aprendesse, toda hora eu cairia. Teve medo de que eu me empolgasse quando não tivesse ninguém na casa e de, por algum motivo, eu não conseguir sair. Seria muito triste, não é? Mamys é muito cuidadosa. Achou que em função do tempo curto que ficaríamos, seria melhor que eu continuasse temeroso e brincasse apenas ao redor da piscina.

Sou muito corajoso

Outra coisa que aprendi na casa foi subir em escadas que tem um buraco entre os degraus. Vocês conhecem mata-burros? São estrados instalados sobre valas e tem, como principal objetivo, desencorajar a fuga do gado, mesmo com a porteira aberta. Se eles não passam sobre aqueles negócios, por que eu vou passar? Não passo. As escadas que tinham lá, eram como mata-burros na vertical. Eu olhava para aquilo e pensava: se eu subir, vou cair no meio daquele buraco. E assim, quando todos estavam lá no segundo andar, só me restava deitar sob a escada e esperar que descessem.

Cansado dessa situação, depois de uns cinco dias resolvi que ia vencer esse medo. E sozinho. Mamys estava lá em cima. Meu 'dono de estimação' subiu e eu não estava mesmo afim de ficar lá em baixo sozinho. Coloquei a primeira pata, a segunda, parei. Fazia a mesma coisa novamente, respirava fundo e mais um degrau era vencido. Quando cheguei no meio do caminho, parei. Travei. Olhei para trás e pensei: e agora? Como vou voltar? Nunca mais poderei sair daqui? Estou preso!! Socooooooorro! Comecei a chorar e mamys chegou lá no topo para me salvar. Se agachou e me estimulou. Dizia assim: - "pode vir Zeus. Vem. Sobe!" Tomei fôlego e fui de uma vez só. Ploct, ploct, ploct.... Quando cheguei ao topo da escada, achei que merecia até um troféu. Fiquei tão feliz, mas tão feliz, que para mostrar aos papis o quanto eu fui corajoso, subi e desci aquelas escadas umas dez vezes, sem parar. Até me cansar. Fiquei tão orgulhoso de mim mesmo! E depois também pude brincar na casa da árvore que tem o mesmo modelo de escada. He he he.



Ida ao veterinário

Todos os dias foram incríveis e felizes. Me diverti demais. Mas mamys com essa mania de me levar ao veterinário... Às vezes exagera. Já tinha ido uma vez, pra que voltar? Dessa vez era para fazer as vacinas anuais. Ela queria me levar para conhecer o tio Marcelo. Ele foi veterinário da Brigite, minha irmã que eu não conheci, durante os seus 14 anos. Foi ele que me salvou, mesmo a mil quilômetros de distância, de uma gastroenterite quando eu era um filhotinho. Já contei essa história. Com uma certa dificuldade de achar quem me atendesse, mamys não titubeou. Ligou para ele, explicou detalhadamente o que estava acontecendo e seguiu todas as instruções dadas pelo doutor. Salvaram minha vida. Quando ela me disse que era ele a quem visitaríamos fiquei feliz. Apesar da agulhada. Tirei até foto com o tio Marcelo!!



Meus cinco minutos de fama

Deixei essa novidade por último. No Espírito Santo, fui entrevistado pela minha amiga Chloé, aquela que tem um diário no Facebook (Diário de Chloé). É um tipo de entrevista conhecida como Ping Pong. Tem foto e tudo mais. Mamys não conseguiu escanear a entrevista de uma maneira que desse para ler claramente. Acho que a foto ficou melhor Fiquei tão emocionado, afinal muita gente me conheceu lá na terra de mamys. Aliás, me senti em casa! E o melhor: acreditam que essa entrevista, que será feita uma vez por mês, foi estreiada por mim? Fui o primeiro a conversar com aquela gata fofa! Fiquei muito feliz e orgulhoso. Mamys também. Agradeço à Chloé e também a tia Rachel Martins que faz a coluna É o Bicho, do Jornal A Gazeta. Tenho ou não motivo pra ficar 'metidão'? He he he. Brincadeirinha, matilha. Sou o simples e lindo cachorrão de sempre. Amigo de todos!


A página abaixo é a reprodução do jornal que a tia Rachel mandou para nós. Valeu!!!



Na próxima semana voltaremos com as entrevistas com convidados.

Até mais ver e lambeijos a todos!

Zeus











Nenhum comentário:

Postar um comentário

Participe! Deixe seu comentário ou sugestão. Nossa proposta é contribuir com informações positivas e úteis sobre animais de estimação. Apenas não serão publicados comentários ofensivos e que não estejam de acordo com nossos objetivos. Faça uma parceria CÃOPETENTE conosco! Esse espaço também é seu.