segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Ter ou não ter animais de estimação?

 Eis a questão.


Começo com uma pergunta e uma sugestão. Quem se julga Cãopetente na relação com seu animal de estimação? Me conte sua história. Envie para o meu email. Terei prazer em publicá-la se estiver enquadrada na nossa proposta. Daqui a alguns dias contarei uma bela história entre um cãozinho adotado e sua dona. Mas agora vamos trocar uma ideia sobre a séria decisão de ter animais?


Há quem ainda olhe para os animais como coisas que podem ter alguma utilidade. Coisas? Hum... Tudo bem. Nem são racionais mesmo. É, não são. Mas nós urbanizamos os seus ambientes - oba!!! -, e transformamos o habitat dos irracionais em algo que muitas vezes é absolutamente inadequado às suas necessidades. Domesticamos, treinamos, escravizamos, os tornamos bibelôs. As opções são inúmeras. Sobre os cães o que se afirma é que se trata do mais antigo animal domesticado por nós1. 

Uma recente teoria aponta que cachorros são companhias dos humanos há cerca de 30 a 40 mil anos. Isso está sendo defendido pelo pesquisador - considerado questionável por muitos -, Mark Derr, no seu livro: How the dog became the dog - from wolves to our best friends2. O fato é que sejam 15 mil, tempo que a maior parte dos pesquisadores defende, ou 30 mil anos, já não deu tempo de enxergarmos esses seres com mais responsabilidade e generosidade, não deu? 

Talvez você que está lendo esse texto agora está se perguntando: mas nós já não tratamos os cães, por exemplo, como os nossos melhores amigos? Bem, minha experiência com Zeus mostra outra realidade. Eu moro há quase dois anos numa cidade de Minas Gerais com um perfil bem interiorano, apesar de sua população de mais de 80 mil habitantes. E acreditem, a forma como trato meu Zeus ainda causa espanto e motivo de piadas para muitas pessoas. E olhe que eu nem sou dada a exageros, posso afirmar. Muitos veem 'esse bicho' como ‘algo’ que tem que ficar lá no quintal; melhor preso em uma corrente; ‘coisa’ que pode livrar os intrusos noturnos da casa; que pode comer qualquer coisa, aqueles restos; que deve aprender a ter bons modos na base da pancada, ou de eventuais chutes; que não sentem frio; que não precisam se socializar; que não possuem medos e necessidades; que vacinas precisam ser dadas apenas no início de suas vidas – exceto a antirrábica – e por aí vai. É geral? Claro que não. Mas é recorrente.

Outro dia fui ao abrigo municipal de animais da cidade, onde também funciona uma instituição de proteção aos animais. Fui levar caixas de papelão, sacos de juta e selos que vem na embalagem da ração que dou ao Zeus e que podem ser trocados gratuitamente por rações desta marca. Nada demais. Muito pouco, inclusive, para as necessidades de todos aqueles cachorros. Enquanto estávamos conversando com um funcionário de lá, chegou um casal e a mulher só queria saber se, assim que sua cadela desse cria, se ela poderia levar os filhotes para o abrigo. “Lá em casa são cinco cachorros e não temos condições de criar mais”, disse ela. Ok. Mulher fala muito e eu um pouco a mais. Sem resistir, impulsivamente logo fui clamando para o bom senso daquela pessoa e me intrometi: - Pelo menos espere uns dois meses para que os bichinhos possam amamentar nos primeiros dias de vida, senão eles não vão sobreviver. Isso sem contar que se a pessoa não tem condições de criar, para que ter tantos cães em casa e, se não quiser abrir mão deles, por que não castrá-los? E assim vai...

Uma cidade onde o que predomina são as grandes fazendas de café e gado de corte, entre outras atividades do agronegócio, animal de estimação é algo secundário ou necessário. Outra cultura. Como eu já ponderei, não posso generalizar. Mas fatos assim são recorrentes. E claro que não é só por aqui. Por isso mesmo não preciso enfatizar essa postura apenas no local onde moro. Foi só para exemplificar, afinal isso ocorre em qualquer lugar ainda. Com a Internet temos muito mais acesso aos diversos tipos de tratamento direcionados aos animais. Dos melhores aos mais repugnantes. Ainda hoje, precisamos conviver com crueldades e atitudes inomináveis3. É quando insisto em me perguntar: quem realmente é irracional nesse mundo? Abaixo disponibilizo um link que fala sobre maus tratos de todos os tipos e a várias espécies de animais. Isso definitivamente precisa acabar! 

Enfim, esse texto é mais um desabafo e uma provocação. Quero que sirva para que alguns repensem a sua verdadeira motivação ao comprar ou mesmo ao adotar um animal. Não são mercadorias. São seres vivos que necessitam de gastos, atenção, responsabilidade e respeito.

Escolham bem a espécie e a raça que querem. Pesquisem e optem por aquela que tenham a ver com o que espera de um animal. Com o perfil da sua família. Prevejam as dificuldades para que não os abandonem por qualquer motivo. Eu não escolhi os meus. Mas assumi. Animal é antes de tudo, mais uma responsabilidade em sua vida. Uma deliciosa responsabilidade!! E aí, você realmente está preparado para ter um bichinho em casa?

E muito importante: DENUNCIEM MAUS TRATOS. Em quaisquer circunstâncias.

Na próxima publicação vamos falar de sarna dermodécica. Aprender um pouco mais sobre doenças que acometem nossos bichos pode facilitar até mesmo um diagnóstico pelo médico veterinário. Afinal, além do que ele pode ver, dos exames que pode realizar, o relato de quem convive com o animal pode fazer toda a diferença na identificação rápida da doença. Contaremos o caso do Wellington, um lindo Buldogue Francês que está em tratamento e com o médico veterinário, Daniel Ribeiro Martins.

Até mais ver!!!

Cynthia Silva



1. Cães http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A3o

2. Livro defende nova origem para os cães http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/livro-defende-nova-origem-para-os-caes

3. Como funcionam os maus-tratos de animais http://ambiente.hsw.uol.com.br/maus-tratos-animais.htm

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